quinta-feira, 31 de julho de 2008

Oxford - Parte 3

Colleges

Como disse na postagem anterior, a Universidade de Oxford é composta por vários campi. São quase 30 espalhados por toda a cidade. Abaixo segue fotos de alguns deles ou de monumentos próximos.


Radclife Camara: o edifício mais histórico e mais célebre de Oxford é hoje a sala de leitura da Biblioteca Blodeiana (biblioteca de pesquisa da Universidade de Oxford). Foi desenhado por Janes Gibbs e construído entre 1737-1749.



A capela da University Church of Saint Mary the Virgin (acima vista panorâmica, abaixo, detalhe de um dos vitrais).





Bridge of Sighs (Ponte dos Suspiros): assim chamada por causa de sua suposta semelhança com a famosa ponte do mesmo nome em Veneza. Ela une as duas metades do Campus de Hertford College.





Jardim interno de um dos colleges.

Mais um pouco de Oxford

As fotos que seguem falam por si mesmas. São detalhes que só alguns olhos podem ver: a beleza da natureza, das obras das mãos humanas, da convivência entre amigos. Felizes são aqueles que aprendem a enxergar esses pequenos carinhos de Deus...


























Com afeto salesiano

P. Mauricio Miranda.


quarta-feira, 30 de julho de 2008

Oxford - Parte 2

Caro amigo

Que bom encontrá-lo mais uma vez por vez por aqui. Hoje faz exatamente um mês que iniciei meu curso em Oxford. Tem sido, de vários pontos de vista, uma experiência muito rica a que Deus tem me proporcionado.

Oxford é uma cidade muito bonita com um povo bastante acolhedor. Confesso que não imaginei que seria bem acolhido pelos ingleses, mas devo admitir que, ao menos, em Oxford, senti por parte deles, uma acolhida realmente muito expressiva.

A cidade não é tão grande; basta alguns dias para conhecê-la. O que a torna realmente importante é a tradição de sua Universidade. Para percorrer todos os campi e visitá-los com atenção aos detalhes históricos e arquitetônicos, aí sim, leva-se muitos dias...!

O curso também está bom. Tenho progredido... Talvez não tanto o quanto gostaria, mas tenho dado passos significativos no aprendizado da língua. Resta-me muito ainda, mas tenho procurado aprender bem aquilo que posso!

Tenho encontrado muitos brasileiros por aqui. Aliás, é muito comum encontrá-los não apenas em Oxford, mas por toda a Inglaterra. São muitos mesmo, de modo que é fácil ver ao menos um em cada grande estabelecimento comercial.

Agradeço muito o carinho e, sobretudo, as orações que você e muitos outros têm feito por mim. Posso garantir que Deus tem sido muito bom para comigo durante todo esse tempo (até bem mais do que eu realmente mereço...).

Fico por aqui. Abaixo seguem algumas fotos conforme havia prometido. Continuo contando com sua amizade e, sobretudo, orações.

Deus te abençoe sempre!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

Obra salesiana em Oxford: Paróquia Salesiana Nossa Senhora Auxiliadora e Casa Paroquial.

Centro da Cidade. Ao fundo, Carfax Tower. É talvez o ponto mais antigo da cidade. A torre é a única coisa que sobrou de uma Igreja dedicada a São Martinho e que foi distruída em 1896. A torre econtra-se bem no cruzamento de três importantes ruas da cidade: The High Street, Cornmarket e Saint Aldates Street.



Esse local pitoresco é conhecido como Golden Cross. Localizado na Cornmarket Street, bem ao lado da torre acima mencionada, é famoso por trazer consigo uma tradição que diz que, em 1593, a caminho de Londres, pernoitou nesse lugar. Hoje, é uma espécie de "pequena vila" que abriga alguns pubs (barzinhos) e lojas.



Saint Aldates Street. Na foto, um modelos dos antigos e famosos ônibus britânicos de dois andares. O transporte público por aqui realmente funciona, mas o povo anda muito de bicicleta. Interessante ver que os ciclistas obedecem cegamente a todas as leis de trânsito: param no semáforo vermelho, dão sinal para conversões, respeitam os sinais de preferência aos pedestres etc...

Christ Church College

Entre os diversos campi da Universidade de Oxford está o Christ Church College. É, sem sombra de dúvida, além do maior, o mais belo e famoso de todos. O campus abriga a Catedral Anglicana da cidade. Tornou-se famoso pelas personalidades que passaram por seus átrios, como estudantes ou não. Uma delas é Lewis Carroll que certamente ali se inspirou para escrever a célebre obra "Alice no País das Maravilhas". Hoje, o local é muito visitado porque serviu também como cenário para as filmagens de Harry Potter.



Fachada principal


Torre da Catedral (Igreja Anglicana)


Sim... Eis o pátio do filme!


Mais um espaço utilizado para as filmagens do famoso filme... Aí, hoje em dia, realmente funciona um refeitório e cafeteria para os atuais estudantes.



Vista interna da Catedral que está localizada dentro do Campus Universitário.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Discurso do Santo Padre

Li várias coisas a respeito da visita do Santo Padre à Austrália e de sua participação na 23ª Jornada Mundial da Juventude. Todos os discursos pronunciados por Sua Santidade podem ser encontrados no site http://www.vativan.va/

Quero, no entanto, partilhar com você que me acompanha por este blog, apenas um dos discursos de Bento XVI aos jovens. E por que escolhi esse para partilhar? Em primeiro lugar pelo tema escolhido e pelo modo como o Santo Padre o abordou. É um texto muito claro e redigido com palavras de afeição paterna indescritíveis! Em segundo lugar, por causa do público para o qual ele se dirigia: falava aos jovens de um clínica de recuperação... No entanto, são palavras que alcançam o coração de muita gente... O texto é um pouco longo, mas vale a pena lê-lo, relê-lo, meditá-lo e permitir que Deus lhe fale por meio dele.

Boa leitura e fecunda oração...
Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.








VIAGEM APOSTÓLICA DO PAPA BENTO XVI A SIDNEY (AUSTRALIA)
POR OCASIÃO DA XXIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
(13 - 21 DE JULHO DE 2008)

ENCONTRO COM OS JOVENS DA COMUNIDADE DE RECUPERAÇÃO DA UNIVERSIDADE DE NOTRE DAME DE SIDNEY

DISCURSO DO SANTO PADRE BENTO XVI

Sexta-feira, 18 de Julho de 2008


Caros jovens amigos,

É com prazer que me encontro hoje com vocês, aqui em Darlinghurst, e de coração saúdo a todos aqueles que participam no programa «Alive» e ainda ao pessoal que o administra. Elevo a minha oração para que todos vocês possam se beneficiar deste apoio que a Social Services Agency da arquidiocese de Sidney coloca à disposição de vocês, e para que o bem que aqui se realiza dure por muito tempo no futuro.

O nome do programa que vocês seguem nos leva a formular esta pergunta: Que quer dizer realmente estar “vivo”, viver plenamente a vida? Isto é o que todos nós queremos, especialmente na juventude, e é isto o que Cristo quer para nós. Assim falou Ele: “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10, 10). O instinto mais profundo em todo o ser vivo é conservar a vida, crescer, desenvolver-se e transmitir aos outros o dom da vida. Conseqüentemente é de muito natural se perguntar sobre o modo melhor que há para realizar tudo isto.

Esta questão era tão importante para quantos viviam no Antigo Testamento com o é para nós hoje. Sem dúvida ouviam com atenção quando Moisés lhes disse: “Coloco diante de ti a vida e a morte, a felicidade e a maldição. Escolhe a vida, e então viverás com toda a tua posteridade. Ama o Senhor, teu Deus, escuta a sua voz e permanece-Lhe fiel, porque Ele é a tua vida” (Dt 30, 19-20). Era claro o que tinham de fazer: deviam afastar-se dos outros deuses e adorar o verdadeiro Deus que se tinha revelado a Moisés e deviam obedecer aos seus mandamentos. Talvez no pensamento de vocês pareça ser difícil que, no mundo atual, as pessoas adorem outros deuses. Mas, às vezes as pessoas adoram “outros deuses” sem se dar conta disso. Os falsos “deuses” – independentemente do nome, da imagem ou da forma que lhes atribuamos – estão quase sempre ligados à adoração de três realidades: os bens materiais, o amor possessivo e o poder. Deixem-me explicar o que pretendo dizer.

Em si mesmos, os bens materiais são bons. Não poderíamos sobreviver por muito tempo sem dinheiro, vestuário e uma casa. Para viver, temos necessidade de alimento. Mas, se formos gananciosos, se recusarmos partilhar o que temos com o faminto e o pobre, então transformamos estes bens numa falsa divindade. Quantas vozes se levantam na nossa sociedade materialista dizendo-nos que a felicidade se encontra conservando a maior quantidade possível de bens e de objetos de luxo! Mas isto significa transformar os bens em falsas divindades. Em vez de nos trazer a vida, nos levam à morte.

O amor autêntico é certamente uma coisa boa. Sem ele, a vida dificilmente seria digna de ser vivida. O amor dá satisfação à nossa carência mais profunda; e, quando amamos, nos tornamos mais nós mesmos, nos tornamos humanos de forma mais plena. E, porém, como se pode facilmente transformar o amor numa falsa divindade! As pessoas muitas vezes pensam que estão amando, quando na realidade procuram possuir ou manipular o outro. Por vezes tratam-se os outros mais como objetos para satisfazer as próprias necessidades do que como pessoas que se devem prezar e amar. Como é fácil ser enganado por tantas vozes que, na nossa sociedade, defendem um uso permissivo da sexualidade, sem qualquer consideração pela modéstia, pelo respeito de si mesmo e pelos valores morais que conferem qualidade às relações humanas! Isto é adorar uma falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.

O poder que Deus nos deu para plasmar o mundo que nos rodeia é certamente uma coisa boa. Utilizado de modo apropriado e responsável, nos permite transformar a vida das pessoas. Todas as comunidades têm necessidade de guias capazes. Como é forte, porém, a tentação de se agarrar ao poder por si mesmo, de procurar dominar os outros ou explorar o ambiente natural para os próprios interesses egoístas! Isto é transformar o poder numa falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.

O culto dos bens materiais, o culto do amor possessivo e o culto do poder levam muitas vezes as pessoas a “comportar-se como se fossem Deus”: procurar assumir o controle total, sem ter qualquer consideração pela sabedoria ou pelos mandamentos que Deus nos deu a conhecer. Este é o caminho que conduz à morte. Pelo contrário, a adoração do único Deus verdadeiro significa reconhecer n’Ele a fonte de tudo o que é bem, nos entregar a Ele, nos abrir à força regeneradora da sua graça e obedecer aos seus mandamentos: este é o caminho para quem escolhe a vida.

Um exemplo que explica o que significa afastar-se do caminho da morte para tomar o caminho da vida, nós o encontramos numa página do Evangelho que todos vocês – estou certo – bem conhecem: a parábola do filho pródigo. Ao início da narração, quando aquele jovem deixou a casa de seu pai, andava a procura dos prazeres ilusórios prometidos pelos falsos “deuses”. Gastou a sua herança numa vida de vícios, acabando num estado de extrema pobreza e de miséria. Tendo tocado o fundo, esfomeado e abandonado, compreendeu como tinha errado em deixar seu pai que o amava. Humildemente regressou a casa e pediu perdão. Cheio de alegria, o pai abraçou-o e exclamou: “Este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e encontrou-se” (Lc 15, 24).

Muitos de vocês experimentaram pessoalmente a vivência por que passou aquele jovem. Talvez tenham feito escolhas de que agora vocês se lamentam, decisões essas que levaram vocês um caminho que, embora então pudesse apresentar-se como atraente, na verdade lhes conduziu apenas para um estado ainda mais profundo de miséria e solidão. A decisão de abusar de droga ou álcool, de entrar em atividades que matam os outros ou a vocês mesmos pôde então aparecer como um caminho para sair duma situação de dificuldade ou de confusão. Agora sabem que, em vez de trazer a vida, levou à morte. Reconheço a coragem demonstrada quando decidiram regressar ao caminho da vida, precisamente como o jovem da parábola. Aceitaram a ajuda: dos amigos ou dos familiares, do pessoal do programa «Alive», de quantos têm vivamente a peito o vosso bem-estar e a vossa felicidade.

Em vocês, queridos amigos, vejo embaixadores de esperança para quantos se encontram em idênticas situações. Podem convencê-los da necessidade de optar pelo caminho da vida e fugir do caminho da morte, porque falam com base na experiência. Em todos os quatro Evangelhos, vemos aqueles que tomaram decisões erradas ser particularmente amados por Jesus, porque, quando se deram conta do seu erro, abriram-se mais do que os outros à sua palavra regeneradora. Na verdade, Jesus foi freqüentemente criticado por falso-justos, porque passava muito tempo em companhia de tais pessoas. “Como é que o vosso Mestre come com os publicanos e os pecadores?” – perguntavam. E Ele respondia: “Não são os que têm saúde que precisam do médico, mas sim os doentes; (…) não vim chamar os justos mas os pecadores” (cf. Mt 9, 11-13). Aqueles que desejavam reconstruir a sua vida eram os que se mostravam mais disponíveis para ouvir Jesus e se tornar seus discípulos. Vocês podem seguir as suas pegadas e sentir uma particular proximidade a Jesus, precisamente porque decidiram regressar a Ele. Podem estar certos de que Jesus, como fez o Pai na narração do filho pródigo, lhes acolhe de braços totalmente abertos. Oferece a vocês o seu amor incondicional: e é na profunda amizade com Ele que se encontra a plenitude da vida.

Disse atrás que, ao amarmos, damos satisfação às nossas carências mais profundas e nos tornamos mais nós mesmos, nos tornamos humanos de forma mais plena. Amar é aquilo para que estamos programados, aquilo para que fomos projetados pelo Criador. Naturalmente não estou a falar de relações passageiras, superficiais; falo do verdadeiro amor, que é a raiz da doutrina moral de Jesus: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças” e “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (cf. Mc 12, 30-31). Tal é, por assim dizer, o programa consolidado no íntimo de cada pessoa, bastando-nos ter a sabedoria e a generosidade para nos conformarmos a ele, estar dispostos a renunciar às nossas preferências para nos colocarmos ao serviço dos outros, dar a nossa vida pelo bem dos outros e, em primeiro lugar, por Jesus que nos amou e deu a sua vida por nós. Isto é o que os homens são chamados a cumprir; é o que significa estar realmente “vivo”.

Prezados jovens amigos, a mensagem que hoje vos dirijo é a mesma que Moisés formulou há tantos anos: “Escolhe a vida, para que possas, tu e a tua posteridade, viver amando o Senhor teu Deus”. Que o seu Espírito guie vocês pelo caminho da vida, obedecendo aos seus mandamentos, seguindo os seus ensinamentos, abandonando as opções erradas que só levam à morte e lhes comprometendo a serem amigos de Jesus Cristo para toda a vida. Com a força do Espírito Santo, escolham a vida, escolham o amor e sejam diante do mundo testemunhas da alegria que daí jorra. Esta é a minha oração por cada um de vocês nesta Jornada Mundial da Juventude. Deus abençoe a vocês todos!

domingo, 27 de julho de 2008

17º Domingo do Tempo Comum - Ano A - 2008

Evangelho (Mateus 13,44-52)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 44"O Reino dos Céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo. 45O Reino dos Céus é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquela pérola. 47O Reino dos Céus é ainda como uma rede lançada ao mar e que apanha peixes de todo tipo. 48Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e recolhem os peixes bons em cestos e jogam fora os que não prestam.49Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são justos, 50e lançarão os maus na fornalha de fogo. E aí haverá choro e ranger de dentes.51Compreendestes tudo isso?" Eles responderam: "Sim".52Então Jesus acrescentou: "Assim, pois, todo o mestre da Lei, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas".

— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor.



Não há outra atitude do verdadeiro discípulo diante do conhecimento de seu Senhor que a radical mudança de vida. E por quê? Porque o discípulo vê nisso a única maneira de responder à altura o amor que experimenta da parte de Deus; sente-se amado de tal forma, que procura transformar sua vida como resposta de amor! Por isso no Evangelho de hoje, o Senhor compara o Reino dos céus àquele que acha um tesouro escondido no campo ou uma pedra preciosa de grande valor e vende tudo que possui para adquirir aquilo que encontrou.

É preciso vender tudo, sim! Não se trata de se desfazer dos bens que possuímos, mas de atribuir um novo valor a eles, nem mais nem menos que aquilo que eles realmente possuem... O problema de nossos dias é que muitos vivem uma confusão de valores porque já não concebem a vida a partir de seu Criador. Quando perdemos o referencial, tudo perde seu sentido... Expressiva, por exemplo, as palavras do Apóstolo Paulo diante do tesouro que ele havia enocntrado em sua vida: “Por causa de Cristo perdi tudo e considero tudo lixo, a fim de ganhar Cristo e estar com Ele” (Fl 3, 8-9). De fato, diante do conhecimento do Senhor, tudo se torna relativo.

E essa mudança de vida não acontece apenas nessa dimensão. Mudamos nossa maneira de enxergar a vida, de nos relacionarmos com as pessoas, de enfrentar os problemas do dia-a-dia etc. De fato, "se alguém está em Cristo, é uma nova criatura" (cf. 1Cor 5,17). É por isso que o Senhor nos fala de uma separação entre "bons" e "maus" no final dos tempos. Na verdade, não é uma separação querida pelo Senhor, mas conseqüência das escolhas humanas. Basta só lermos com atenção o que nos fala o Apóstolo na segunda leitura da Missa desse Domingo para nos convencermos de que Deus deseja que todos sejam salvos. Porém, a história tem mostrado que de um lado estão aqueles que se deixaram transformar pelo amor de Deus que tudo envolve, mas do outro, aqueles que, deliberadamente, lhe resistem até o fim.

Enquanto houver tempo para decidir, nossa missão de discípulos do Senhor não termina. Precisamos anunciar o Evangelho com a nossa vida. Sabemos o quão difícil é essa tarefa, mas por isso pedimos que o Senhor infunda em nosso coração - como lembrou o Santo Padre aos jovens, na 23ª Jornada Mundial da Juventude - a força do Espírito de Amor. Por amor, com amor e no amor, queremos anunciar o nome de Jesus e levar todos para mais perto dele.

Convido você a reafirmar essa sua decisão diante do altar do Senhor!

Boa semana! Deus abençoe sua vida!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.


domingo, 20 de julho de 2008

16º Domingo do Tempo Comum - Ano A - 2008

Evangelho (Mateus 13,24-43)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 24Jesus contou outra parábola à multidão: "O Reino dos Céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio seu inimigo, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26Quando o trigo cresceu e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27Os empregados foram procurar o dono e lhe disseram: 'Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?'28O dono respondeu: 'Foi algum inimigo que fez isso'. Os empregados lhe perguntaram: 'Queres que vamos arrancar o joio?'29O dono respondeu: 'Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo. 30Deixai crescer um e outro até a colheita! E, no tempo da colheita, direi aos que cortam o trigo: arrancai primeiro o joio e amarrai-o em feixes para ser queimado! Recolhei, porém, o trigo no meu celeiro!'"31Jesus contou-lhes outra parábola: "O Reino dos Céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo. 32Embora ela seja a menor de todas as sementes, quando cresce, fica maior do que as outras plantas. E torna-se uma árvore, de modo que os pássaros vêm e fazem ninhos em seus ramos". 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: "O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado". 34Tudo isso Jesus falava em parábolas às multidões. Nada lhes falava sem usar parábolas, 35para se cumprir o que foi dito pelo profeta: "Abrirei a boca para falar em parábolas; vou proclamar coisas escondidas desde a criação do mundo". 36Então Jesus deixou as multidões e foi para casa. Seus discípulos aproximaram-se dele e disseram: "Explica-nos a parábola do joio!"37Jesus respondeu: "Aquele que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifeiros são os anjos. 40Como o joio é recolhido e queimado ao fogo, assim também acontecerá no fim dos tempos: 41o Filho do Homem enviará seus anjos, e eles retirarão do seu Reino todos os que fazem outros pecar e os que praticam o mal; 42e depois os lançarão na fornalha de fogo. Aí haverá choro e ranger de dentes. 43Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça".

— Palavra da Salvação!
— Glória a vós, Senhor!



O autor do Evangelho relata que, depois de Jesus haver deixado as multidões, seus discípulos lhe perguntaram sobre o significado da parábola do joio e do trigo. O contexto onde se dá a cena de tal explicação sugere que Jesus estivesse a sós com seus discípulos. Esse detalhe é relevante porque sinaliza a importância do significado de tal parábola para a ação evangelizadora dos discípulos de Cristo no mundo.

Nós, discípulos do Senhor no mundo de hoje, muitas vezes nos sentimos impotentes em nossa ação evangelizadora, como se o bem que realizamos fosse muito pouco ou quase nada em relação ao avanço do Mal. De fato, as forças do Mal parecem não se intimidar diante de nosso trabalho evangelizador. Pensamos em desistir, julgando que “este mundo está realmente perdido”. O Senhor deseja formar discípulos que tenham a real compreensão da missão que realizam para que não sejam confundidos e não desanimem diante das adversidades.

Retomando o universo rural sobre o qual se desenvolve a parábola do semeador, Jesus conta que logo após o plantio do trigo, algum inimigo vem e semeia o joio no mesmo campo. Como joio e trigo crescem realmente muito juntos, é praticamente impossível separá-los antes da colheita por medo de que ao ceifar o joio, algum trigo seja ceifado por engano. Não resta outra alternativa ao semeador que deixar trigo e joio crescerem juntos, ocupando o mesmo espaço até que venha a colheita. As imagens do joio e do trigo evocam a batalha que todo o discípulo de Cristo enfrenta em seu trabalho evangelizador. O Diabo, inimigo do Senhor, trabalha ao mesmo tempo que os filhos de Deus, de modo que Bem e Mal crescem e convivem juntos. O Bem pode ter sua força ofuscada pela presença e avanço do Mal, assim como o trigal tem sua beleza comprometida pelo crescimento do joio, mas não cessa de avançar também. A esperança daquele que semeia é que na hora da colheita, isto é, no final dos tempos, o Senhor separará definitivamente o Bem do Mal, assim como o ceifador recolhe o trigo no celeiro e queima o joio que para nada serve.

Enquanto a hora da colheita não chega, compete a nós continuarmos a semear. Mesmo que muitas vezes o avanço do Mal parece não se intimidar, continuemos semeando. Precisamos nos comprometer com o Bem, semeá-lo a todo o tempo e em todo o lugar. Por ora, convivemos com o Mal, mas temos a certeza de que quando o Senhor voltar, o Mal será aniquilado uma vez por todas. Recobremos as forças e a certeza de que vale a pena perseverar na prática do bem. A colheita é certa! Preparemo-nos para ela! Naquele bendito dia, todos os nossos esforços serão recompensados. Enquanto trabalhamos nos campos do Senhor, nossos lábios proclamam continuamente: “Vinde, Senhor Jesus!”

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

sábado, 19 de julho de 2008

XXIII Jornada Mundial da Juventude - Conclusão


Com essa postagem, encerramos a série sobre a XXIII Jornada Mundial da Juventude que está sendo celebrada em Sidnei, Austrália. As postagens foram uma forma que encontramos de nos manter unidos a esse importante encontro entre os jovens do mundo inteiro, ocasião privilegiada para juntos pedimos um novo derramar do Espírito Santo sobre o mundo, mas de modo especial, sobre todos os jovens que procuram tornar conhecido o Evangelho do Senhor.

Hoje, 19.07, à noite, em Sidnei, o Papa Bento XVI participará de uma vigília de orações com os jovens presentes na JMJ e, amanhã, celebrará com eles uma Missa de encerramento de todo o evento. Continuamos em comunhão de orações, abrindo-nos ao maravilhoso dom do Espírito. Para concluir nossas reflexões, transcrevo abaixo as últimas palavras do Papa na mensagem preparatória que dirigiu aos jovens há um ano do evento.

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.


Invocar um ‘novo Pentecostes’ sobre o mundo

Prezados jovens, lhes aguardo numerosos, em Julho de 2008, em Sydney. Será uma ocasião providencial para experimentar plenamente o poder do Espírito Santo. Venham em grande número, para serem sinal de esperança e sustento precioso para as comunidades da Igreja na Austrália que estão se preparando para lhes receber. Para os jovens do país que nos hospedará, será uma extraordinária oportunidade de anunciar a beleza e a alegria do Evangelho a uma sociedade secularizada sob muitos aspectos. Como toda a Oceania, a Austrália tem necessidade de descobrir novamente as suas raízes cristãs. Na Exortação pós-sinodal Ecclesia in Oceania, João Paulo II escrevia:
"Com a força do Espírito Santo, a Igreja na Oceania está se preparando para uma nova evangelização de povos que hoje têm fome de Cristo... A nova evangelização é uma prioridade para a Igreja na Oceania" (n. 18).

Convido vocês a dedicar tempo à oração e à formação espiritual neste último trecho do caminho que nos conduz à XXIII Jornada Mundial da Juventude, a fim de que em Sidnei, possam renovar as promessas do Batismo e da Confirmação. Em conjunto, invocaremos o Espírito Santo, pedindo com confiança a Deus o dom de um renovado Pentecostes para a Igreja e para a humanidade do terceiro milênio.

Maria, unida em oração aos Apóstolos no Cenáculo, acompanhe vocês durante estes meses e obtenha para todos os jovens cristãos uma renovada efusão do Espírito Santo, que inflame os seus corações. Recordem: a Igreja tem confiança em vocês! Nós, Pastores, de modo particular, rezamos para que vocês se amem e façam com que Jesus seja cada vez mais amado a fim de que O sigam fielmente. Com estes sentimentos, lhes abençôo a todos com grande carinho.


Lorenzago, 20 de Julho de 2007.
Papa Bento XVI

sexta-feira, 18 de julho de 2008

XXIII Jornada Mundial da Juventude - Parte 4

"Receberão a força do Espírito Santo, que virá sobre vocês, e serão minhas testemunhas." (At 1,8)


Na postagem de hoje, vamos tratar sobre a terceira finalidade desse nosso empenho pessoal por conhecer e acolher o dom do Espírito Santo em nós: “tornar-se capaz de amadurecer uma compreensão de Jesus cada vez mais profunda e alegre e, contemporaneamente, de realizar uma prática eficaz do Evangelho no alvorecer do terceiro milênio.” Estamos certos de que, de fato, isso é uma urgência em todos os tempos, mas, sobretudo, para os nossos dias. O mundo precisa conhecer Jesus Cristo e nós somos chamados a apresentá-Lo. Por isso a necessidade de amadurecer cada vez mais nosso relacionamento com Ele para poder apresentá-Lo de maneira mais eficaz.

Só Cristo pode satisfazer as aspirações mais íntimas do coração do ser humano. E é justamente o Espírito Santo quem nos insere no mistério de Cristo, indicando-nos o caminho para nos tornarmos semelhantes a Ele a fim de que a nossa vida seja verdadeira expressão e instrumento do amor que brota de seu coração. Toda a pessoa que se deixa guiar pelo Espírito, sente como é urgente transmitir a Boa Nova do Senhor aos outros. Por isso é que só podemos ser verdadeiras testemunhas de Cristo se nos deixarmos guiar pelo Espírito.

Estamos convencidos por tudo quanto temos acompanhado em nossos dias que anunciar o Evangelho e dar testemunho da fé é hoje mais necessário do que nunca. O papa diz que “também hoje são necessários discípulos de Cristo que não poupem tempo nem energias para servir o Evangelho. São precisos jovens que deixem arder dentro de si o amor a Deus e respondam generosamente ao seu apelo urgente, como fizeram muitos jovens Beatos e Santos do passado e inclusive de épocas mais próximas a nós”.

E o próprio Papa faz um convite aos jovens do mundo inteiro. São palavras tão fortes e expressivas que creio mereçam ser transcritas aqui. Peçamos que o Espírito Santo que inspira essas palavras de Bento XVI também nos convença da verdade de cada um delas.


“Em particular, lhes asseguro que o Espírito de Jesus hoje lhes convida, jovens, a serem portadores da Boa Nova de Jesus a outros jovens. A inegável dificuldade que os adultos têm de encontrar de maneira compreensível e convincente a classe juvenil pode ser um sinal com que o Espírito tenciona lhes enviar, jovens, a assumir esta responsabilidade. Vocês conhecem os ideais, as linguagens e também as feridas, as expectativas e ao mesmo tempo o desejo de bem dos jovens de nosso tempo. Abre-se o vasto mundo dos afetos, do trabalho, da formação, da expectativa, do sofrimento juvenil... Cada um de vocês tenha a coragem de prometer ao Espírito Santo que conduzirá um jovem para Jesus Cristo, do modo como melhor considerar, sabendo "responder com doçura a todo aquele que vos perguntar a razão da vossa esperança" (cf. 1 Pd 3, 15).

Mas para alcançar esta finalidade, queridos amigos, sejam santos, sejam missionários, porque nunca se pode separar a santidade da missão. Não tenham medo de serem santos missionários, como São Francisco Xavier, que percorreu o Extremo Oriente para anunciar a Boa Nova até ao extremo das suas forças, ou como Santa Teresa do Menino Jesus, que foi missionária, contudo sem jamais ter deixado o Carmelo: ambos são "Padroeiros das Missões". Estejam prontos a pôr em jogo a própria vida, para iluminar o mundo com a verdade de Cristo; para responder com amor ao ódio e ao desprezo pela vida; e para proclamar em todos os cantos da terra a esperança de Cristo ressuscitado.

(trecho extraído da mensagem de Bento XVI aos jovens, aos 20 de julho de 2007)


A gente se vê amanhã!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

XXIII Jornada Mundial da Juventude - Parte 3

"Receberão a força do Espírito Santo, que virá sobre vocês, e serão minhas testemunhas." (At 1,8)


Dando prosseguimento ao nosso pequeno aprofundamento sobre o tema da JMJ 2008, vamos nos deter, no dia de hoje, sobre a segunda finalidade desse aproximar-se da Pessoa do Espírito Santo: “tomar uma consciência límpida da sua presença contínua e ativa na vida da Igreja, em particular redescobrindo que o Espírito Santo se põe como "alma", sopro vital da própria vida cristã, graças aos sacramentos da iniciação cristã Batismo, Confirmação e Eucaristia”.

O Espírito Santo como Mestre Interior

Assim como nos primórdios da Igreja, o Espírito Santo continua a agir com poder entre nós, filhos e filhas de Deus. Se Ele age em meio a nós, é importante que cada um de nós se esforce por conhecê-Lo, entrando em relação pessoal com Ele e, por fim, deixando-se por Ele orientar. Ao nos esforçarmos por conhecê-Lo, é natural que nos perguntemos a respeito de quem é o Espírito. Em sua mensagem aos jovens, o Papa Bento XVI formula tal pergunta de maneira bem pessoal: “quem é o Espírito Santo para mim?” e admite que, infelizmente, não são poucos os cristãos para quem o Espírito Santo continua a ser um grande desconhecido... Precisamos por isso redescobri-lo, mergulharmos ainda mais em seu mistério, de modo que possamos apresentá-lo ao mundo de maneira mais fidedigna.

Em nossa profissão de fé, proclamamos “Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e procede do Pai e do Filho”. Isso significa dizer que o Espírito Santo é o Espírito de amor do Pai e do Filho que é derramado em nossos corações. É o próprio Deus que vem até nós para nos levar a Ele. Esforçar-se por conhecê-Lo implica, sobretudo, acolhê-lo como nosso Mestre Interior que nos introduz no Mistério de Deus Trino: Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto, se nos tornar verdadeiros amigos de Jesus, devemos nos tornar amigos do Espírito; se quisermos conhecer Jesus, devemos procurar conhecer o Espírito, acolhê-lo em nosso interior. Somente Ele pode nos abrir à fé e nos permitir vivê-la plenamente todos os dias, assim como somente Ele pode nos levar ao encontro dos outros, acendendo em nós o fogo do amor, nos tornando desejosos de acendê-lo no coração de muitos.

Por fim, podemos nos perguntar sobre como podemos nos deixar renovar pelo Espírito Santo e crescer na vida espiritual. Em sua mensagem aos jovens, o Papa responde a essa pergunta, indicando o caminho dos sacramentos. É por meio dos sacramentos que crescemos na vida espiritual, já que é por ação deles que a fé nasce e se fortalece em nós. É mediante os sacramentos do Batismo, da Confirmação e em seguida, de modo continuativo, da Eucaristia que o Espírito Santo nos torna filhos do Pai, irmãos de Jesus, membros de sua Igreja e capazes de um verdadeiro testemunho do Evangelho.

Em relação à importância de uma vivência sacramental cada vez mais consciente da nossa parte, encerro transcrevendo abaixo um trecho da mensagem que Bento XVI direcionou aos jovens como forma de preparação para a Jornada que está sendo celebrada, nesses dias, em Sidnei na Austrália.

Os Sacramentos da Confirmação e da Eucaristia

Por isso, convido vocês a refletir sobre aquilo que lhes escrevo. Hoje é particularmente importante redescobrir o sacramento da Confirmação e voltar a encontrar o seu valor para o nosso crescimento espiritual. Quem recebeu os sacramentos do Batismo e da Confirmação recorde-se que se tornou "templo do Espírito": Deus habita nele. Esteja sempre consciente disto e faça com que o tesouro que nele se encontra dê frutos de santidade. Quem é batizado, mas ainda não recebeu o sacramento da Confirmação, prepare-se para recebê-lo, consciente de que assim há de tornar-se um cristão "completo", porque a Confirmação aperfeiçoa a graça batismal.

A Confirmação nos dá uma força especial para testemunhar e glorificar a Deus com toda a nossa vida (cf. Rm 12, 1); torna-nos intimamente conscientes da nossa pertença à Igreja, "Corpo de Cristo", de Quem todos nós somos membros vivos e solidários uns com os outros (cf. 1 Cor 12, 12-25). Deixando-se orientar pelo Espírito, cada batizado pode oferecer a sua contribuição para a edificação da Igreja, graças aos carismas que Ele infunde, porque "a manifestação do Espírito é dada a cada um, para proveito comum" (1 Cor 12, 7). E quando o Espírito age, traz na própria alma os seus frutos que são "caridade, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e temperança" (Gl 5, 22). Àqueles que ainda não receberam o sacramento da Confirmação, dirijo o cordial convite a preparar-se para acolhê-lo, pedindo ajuda aos seus sacerdotes. O Senhor lhes oferece uma especial ocasião de graça: não a deixem escapar!

Aqui, gostaria de acrescentar uma palavra sobre a Eucaristia. Para crescer na vida cristã, é necessário alimentar-se do Corpo e Sangue de Cristo: com efeito, somos batizados e confirmados em vista da Eucaristia. "Fonte e ápice" da vida eclesial, a Eucaristia é um "Pentecostes perpétuo", porque cada vez que celebramos a Santa Missa recebemos o Espírito Santo que nos une mais profundamente a Cristo e nele nos transforma. Queridos jovens, se participarem freqüentemente na Celebração Eucarística, se consagrarem um pouco do tempo de vocês à adoração do Santíssimo Sacramento, da Fonte do amor, que é a Eucaristia, haverão de receber aquela alegre determinação de dedicar a vida ao seguimento do Evangelho. Experimentarão, ao mesmo tempo, que quando as nossas forças não são suficientes, é o Espírito Santo que nos transforma, que nos cumula com a sua força e nos torna testemunhas repletas do ardor missionário de Cristo ressuscitado.

(trecho extraído da mensagem de Bento XVI aos jovens, aos 20 de julho de 2007)


A gente se vê amanhã.
Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

XXIII Jornada Mundial da Juventude - Parte 2


"Receberão a força do Espírito Santo, que virá sobre vocês, e serão minhas testemunhas." (At 1,8)

Enquanto acompanhamos pela oração todos os acontecimentos desses dias em Sidnei, vamos pelo blog avançando na reflexão proposta pelo papa Bento XVI, aos jovens do mundo inteiro, como preparação para a 23ª edição da Jornada Mundial da Juventude. Na postagem anterior, vimos que uma das três grandes finalidades do grande caminho preparatório à JMJ 2008, realizado pela Igreja nos dois últimos anos, era a de “reconhecer a verdadeira identidade do Espírito, em primeiro lugar ouvindo a Palavra de Deus na Revelação da Bíblia”.

Que significa “reconhecer a verdadeira identidade do Espírito”? É, em outras palavras, conhecer (até onde isso for possível para nossa natureza limitada) a realidade de Deus. É impressionante a audácia com que nosso jovem Papa convida os jovens do mundo inteiro a conhecerem a Deus! Usa para mostrar que não se trata de um conhecimento qualquer ou superficial, duas palavras muito expressivas: verdadeira identidade. Verdadeira identidade significa aquilo que, de fato, Deus é em si mesmo!

E como nós podemos conhecer a Deus nessa profundidade? Em primeiro lugar, por um dos caminhos por meio do qual Ele mesmo quis se revelar a nós: a Sagrada Escritura. Por isso, em sua mensagem preparatória, o Papa Bento XVI faz uma breve reflexão sobre a revelação da pessoa do Espírito Santo na Sagrada Escritura. Se me permitem, transcrevo abaixo, o texto na íntegra, já que o considero claro por si mesmo. Convido você a lê-lo e a relê-lo: é um verdadeiro tesouro! Que o Espírito Santo nos auxilie, pela meditação das Escrituras, a conhecer a sua verdadeira identidade!

A gente se vê amanhã!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.


A promessa do Espírito Santo na Bíblia

A escuta atenta da Palavra de Deus a respeito do mistério e da obra do Espírito Santo nos introduz em conhecimentos vastos e estimulantes, que resumo nos seguintes pontos.

Pouco antes da sua ascensão, Jesus disse aos discípulos: "Eu vou mandar sobre vós o que meu Pai prometeu" (Lc 24, 49). Isto se realizou no dia do Pentecostes, quando eles estavam reunidos em oração no Cenáculo com a Virgem Maria. A efusão do Espírito Santo na Igreja nascente foi o cumprimento de uma promessa de Deus, muito mais antiga, anunciada e preparada em todo o Antigo Testamento.

De fato, desde as primeiras páginas, a Bíblia evoca o espírito de Deus como um sopro que "se movia sobre a superfície das águas" (cf. Gn 1, 2) e explica que Deus insuflou pelas narinas do homem um sopro de vida (cf. Gn 2, 7), infundindo-lhe assim a própria vida. Depois do pecado original, o Espírito vivificador de Deus se manifestará diversas vezes na história dos homens, suscitando profetas para levar o povo eleito a voltar para Deus e a observar fielmente os seus mandamentos. Na célebre visão do profeta Ezequiel, Deus faz reviver com o seu Espírito o povo de Israel, representado por "ossos dissecados" (cf. Ez 37, 1-14). Joel profetiza uma "efusão do espírito" sobre todo o povo, sem excluir ninguém: "Depois disto - escreve o Autor sagrado - acontecerá que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne... Naqueles dias, derramarei também o meu Espírito sobre os escravos e as escravas" (Joel 3, 1-2).

Na "plenitude dos tempos" (cf. Gl 4, 4), o anjo do Senhor anuncia à Virgem de Nazaré que o Espírito Santo, o "poder do Altíssimo", descerá e estenderá sobre Ela a sua sombra. Aquele que Ela dará à luz será, portanto, santo e chamado Filho de Deus (cf. Lc 1, 35). Segundo a expressão do profeta Isaías, o Messias será Aquele sobre o qual se repousará o Espírito do Senhor (cf. Is 11, 1-2; 42, 1). Jesus retomou precisamente esta profecia no início do seu ministério público na sinagoga de Nazaré: "O Espírito do Senhor - disse Ele, no meio da admiração dos presentes - está sobre mim, porque me ungiu para anunciar a Boa Nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e, aos cegos, o recobrar da vista; para mandar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano de graça do Senhor" (Lc 4, 18-19; cf. Is 61, 1-2). Dirigindo-se aos presentes, referirá a si mesmo estas palavras proféticas, afirmando: "Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura, que acabastes de ouvir" (Lc 4, 21). E antes da sua morte na cruz, ainda anunciará várias vezes aos discípulos a vinda do Espírito Santo, o "Consolador", cuja missão consistirá em dar-lhe testemunho e ajudar os fiéis, ensinando-os e orientando-os para a Verdade plena (cf. Jo 14, 16-17.25-26; 15, 26; 16, 13).

O Pentecostes, ponto de partida da missão da Igreja

À noite, no dia da sua ressurreição, Jesus apareceu aos discípulos, "soprou sobre eles e disse-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo’ " (Jo 20, 22). Com força ainda maior, o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos no dia do Pentecostes: "Subitamente ressoou, vindo do Céu - assim se lê nos Atos dos Apóstolos - um som comparável ao de forte rajada de vento, que encheu toda a casa onde se encontravam. Viram, então, aparecer umas línguas de fogo, que se iam dividindo, e pousou sobre cada um deles" (Atos 2, 2-3).

O Espírito Santo renovou interiormente os Apóstolos, revestindo-os de uma força que os tornou corajosos para anunciar sem medo: "Cristo morreu e ressuscitou!". Livres de todo o temor, eles começaram a falar com franqueza (cf. At 2, 29; 4, 13; 4, 29.31). De pescadores amedrontados, tornaram-se corajosos anunciadores do Evangelho. Nem sequer os seus inimigos conseguiam compreender como homens "iletrados e plebeus" (cf. At 4, 13) eram capazes de manifestar uma coragem como esta e suportar as contrariedades, os sofrimentos e as perseguições com alegria. Nada podia detê-los. Para aqueles que procuravam reduzi-los ao silêncio, respondiam: "Quanto a nós, não podemos deixar de afirmar publicamente o que vimos e ouvimos" (At 4, 20). Assim nasceu a Igreja, que a partir do dia do Pentecostes não cessou de irradiar a Boa Nova "até aos confins do mundo" (At 1, 8).

(trecho extraido da mensagem de Bento XVI aos jovens, aos 20.07.2007)

terça-feira, 15 de julho de 2008

XXIII Jornada Mundial da Juventude – Parte 1


"Receberão a força do Espírito Santo, que virá sobre vocês, e serão minhas testemunhas." (At 1,8)

Desde domingo, a atenção de toda a Igreja está voltada para Sidnei (Austrália) que, entre 13 e 21 de julho, deve abrigar quase um milhão de jovens para a 23ª edição da Jornada Mundial da Juventude. Eu, aqui de Oxford, e você, de onde me acompanha pelo blog, também somos convidados a estarmos em comunhão com todos os que se reúnem em Sidnei para pedir o dom do Espírito Santo sobre o mundo.

Por isso, nesses próximos dias, dedicarei as postagens do blog para refletir sobre o tema proposto para esta edição da JMJ: “Receberão a força do Espírito Santo, que virá sobre vocês, e serão minhas testemunhas.” (At 1,8). Utilizarei para essas nossas reflexões diárias a mensagem que o Santo Padre, o Papa Bento XVI, dirigiu aos jovens há exatamente um ano atrás, aos 20 de julho de 2007.

Ao escrever para os jovens do mundo inteiro, o Papa recordou-lhes que “o fio condutor da preparação espiritual para o encontro de Sidney é o Espírito Santo e a missão”. De fato, após a 22ª edição da Jornada Mundial da Juventude, realizada em 2005, em Colônia (Alemanha), o ano de 2006 foi dedicado para a meditação sobre o Espírito Santo como Espírito da Verdade. Em 2007, os jovens procuraram conhecê-lo mais profundamente como o Espírito de Amor. Por isso em 2008, o Papa recordou aos jovens de que o fio condutor de preparação para o grande encontro em Sidnei era a meditação sobre o Espírito de Fortaleza e Testemunho que nos dá coragem de viver o Evangelho e a audácia para proclamá-lo. E tudo isso para que? Para alcançar três grandes e altas finalidades:


1. Reconhecer a verdadeira identidade do Espírito, em primeiro lugar ouvindo a Palavra de Deus na Revelação da Bíblia;

2. Tomar consciência da presença contínua e ativa do Espírito Santo na vida da Igreja, em particular redescobrindo que o Espírito Santo se põe como "alma", sopro vital da própria vida cristã, graças aos sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia;

3. Tornar-se, dessa forma, capaz de amadurecer uma compreensão de Jesus cada vez mais profunda e alegre e, ao mesmo tempo, tornar-se capaz de realizar uma prática eficaz do Evangelho no alvorecer do terceiro milênio.


O Papa, na abertura da mensagem endereçada aos jovens, os encoraja a “verificar a qualidade da vossa fé no Espírito Santo, reencontrá-la se foi perdida, revigorá-la se está debilitada e saboreá-la como companhia do Pai e do Filho Jesus Cristo, precisamente graças à obra indispensável do Espírito Santo”. Penso que tais palavras sirvam também para você que lê esse blog. Não importa a sua idade! Você está sendo convidado, nesse momento, a verificar a qualidade da vossa fé no Espírito Santo. Se ela foi perdida entre os problemas da vida, Deus lhe está convidando a reencontrá-la! Se ela anda debilitada e frágil, Deus está querendo revigorá-la para que você o redescubra: Pai e Filho e Espírito Santo! E isso tudo por obra do próprio Espírito que, ao se aproximar de nós, nos abre à realidade de Deus! Veja quanta graça estamos prestes a viver nesses dias, mesmo longe de Sidnei, já que acreditamos que o Espírito deseja renovar toda a face da terra.

A gente se vê amanhã!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

domingo, 13 de julho de 2008

15º Domingo do Tempo Comum - Ano A - 2008

Evangelho (Mateus 13,1-23)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

1 Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. 2 Uma grande multidão reuniu-se em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé, na praia. 3 E disse-lhes muitas coisas em parábolas: "O semeador saiu para semear. 4 Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os pássaros vieram e as comeram. 5 Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6 Mas, quando o sol apareceu, as plantas ficaram queimadas e secaram, porque não tinham raiz. 7 Outras sementes caíram no meio dos espinhos. Os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8 Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente. 9 Quem tem ouvidos, ouça!" 10 Os discípulos aproximaram-se e disseram a Jesus: "Por que falas ao povo em parábolas?" 11 Jesus respondeu: "Porque a vós foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos Céus, mas a eles não é dado. 12 Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem. 13 É por isso que eu lhes falo em parábolas: porque olhando, eles não vêem, e ouvindo, eles não escutam nem compreendem. 14 Desse modo se cumpre neles a profecia de Isaías: 'Havereis de ouvir, sem nada entender. Havereis de olhar, sem nada ver. 15 Porque o coração deste povo se tornou insensível. Eles ouviram com má vontade e fecharam seus olhos, para não ver com os olhos, nem ouvir com os ouvidos, nem compreender com o coração, de modo que se convertam e eu os cure'. 16 Felizes sois vós, porque vossos olhos vêem e vossos ouvidos ouvem. 17 Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram. 18 Ouvi, portanto, a parábola do semeador: 19 Todo aquele que ouve a palavra do Reino e não a compreende, vem o Maligno e rouba o que foi semeado em seu coração. Este é o que foi semeado à beira do caminho. 20 A semente que caiu em terreno pedregoso é aquele que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; 21 mas ele não tem raiz em si mesmo, é de momento; quando chega o sofrimento ou a perseguição, por causa da palavra, ele desiste logo. 22 A semente que caiu no meio dos espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto. 23 A semente que caiu em terra boa é aquele que ouve a palavra e a compreende. Esse produz fruto. Um dá cem, outro sessenta e outro trinta".

— Palavra da Salvação!
— Glória a Vós Senhor.


Continuamos nosso caminho de discipulado junto ao Senhor. Nós o realizamos como seus primeiros discípulos: lado a lado com o Senhor, com os olhos e o coração fixos Nele, procurando compreendê-Lo a cada dia mais e traduzir seus ensinamentos na nossa própria vida!

Neste 15º Domingo do Tempo Comum, todas as leituras (primeira, salmo responsorial, segunda e Evangelho) estão contextualizadas no universo rural. Importante compreender que Deus sempre se expressa na e a partir da realidade onde se encontra a pessoa com quem Ele deseja falar... No tempo em que estes textos foram escritos, falar de realidades como essas, era garantia de ser entendido pelos homens daquela época. Pois bem! O Senhor continua querendo falar a nós, a partir de nossa própria realidade. Daí nosso esforço em compreender a Palavra de Deus escrita e "traduzi-la" para a nossa vida cotidiana.

A parábola do Evangelho de hoje é, creio, a única parábola de Jesus que traz consigo sua própria explicação. A parábola que o Senhor conta nos versículos 3 a 9 tem seu sentido explicado nos versículos 18 a 23, de modo que creio que seja dispensável, aqui, um comentário mais minucioso. Convido você a reler essas duas partes do Evangelho e meditar sobre elas...

Gostaria, por isso, de aproveitar essa postagem para fazer dois comentários que julgo interessantes se adicionados à sua reflexão pessoal.

"O coração desse povo se tornou insensível..." (Mt 13,15)

É exatamente com isso que temos que tomar o máximo cuidado quando somos formados na escola de discípulos do Senhor. Sabe, meu amigo, é exatamente essa graça que eu peço a Deus todos os dias de minha vida: a de não me tornar insensível à sua presença e ação em minha vida! Não existe perigo maior! E por que? Porque aquele que não conhece a Palavra, tem chance de ser conquistado por ela no momento em que ouvi-la pela primeira vez. Ser indiferente à Palavra é pior que não conhecê-la... É, na verdade, não deixar-se atingir por ela... É declarar que Ela não é suficientemente importante... Nesse sentido, diante de um coração insensível ou indiferente, pouca coisa pode Deus fazer. E isso não porque Ele não o queira, mas porque um coração insensível ou indiferente não o permite... Creio que seja exatamente por isso que encontramos no livro do Apocalipse a seguinte expressão: "Conheço as tuas obras, nem és frio nem quente; oxalá fosses frio ou quente! Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, vomitar-te-ei da minha boca" (Ap 3, 15-16).

Convido-lhe a lutar contra a indiferença e insensibilidade próprias de nosso tempo. Precisamos e devemos "tomar partido" diante do anúncio do Senhor. Precisamos dizer sim a Ele e permitir que esse sim transforme-nos a partir de dentro. Isso é, em outras palavras, permitir que a semente germine... Quando a semente cai por terra e germina, ela mesma sofre uma profunda alteração em todo o seu ser, ela se transforma para que venha a dar frutos. Sim, queremos nos transformar por ação da Palavra de Deus em nós!

"...a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia..." (Isaías 55,11)

Depois de reler os trechos do Evangelho mencionados acima, convido-lhe a meditar longamente sobre o pequeno trecho da primeira leitura desse domingo, resumido no versículo 11 mencionado acima. Nele, o Senhor está afirmando que sua Palavra não voltará para Ele sem que tenha provocado algum efeito na vida daqueles que a escutaram.

Em outras palavras, significa dizer que a Palavra de Deus nunca é em vão. Ela é como a semente lançada na terra: parece que está morta, mas germina em silêncio, de modo que um dia você verá a bonita e frondosa árvore em que a pequena semente se tornou! Eis a força e o poder da Palavra de Deus! Em outra passagem bíblica, Jesus a compara também com a ação do fermento: dissolvido na massa, você não o vê, mas ele age de modo silencioso, fermentando a massa inteira...

Acredite: a Palavra de Deus tem feito efeito em sua vida! Louve a Deus por isso! Ainda que você não consiga ver tais efeitos, creia que a Palavra tem germinado em você. E o que fazer diante disso? A mesma coisa que fazemos com a terra: cuidar para que a semente tenha todas as condições possíveis para crescer. Dê a Deus todas as condições possíveis para que a Palavra Dele gere frutos em sua vida. É para isso que a Palavra sai da boca de Deus: para frutificar em você. Você é terra boa: foi criado para dar frutos!

Cada um de nós deve se perguntar: como posso contribuir para que a Palavra de Deus frutifique em mim? Ao fazer essa pergunta para si mesmo, certamente você encontrará aquilo que tem lhe impedido de frutificar. Entregue isso para o Senhor! Liberte-se, então, de tudo em sua vida que tem sufocado a Palavra de Deus.

Procure num pequeno instante de silêncio, falar com Deus por meio de suas palavras, do seu jeito. Deus aprecia a oração que brota do coração. Apresente sua vida a Ele, dando-lhe condições de agir nela. Acredite que Ele quer fecundar sua vida e que está lhe pedindo permissão para isso. Diga sim ao Senhor! Diga-lhe: “Senhor, eu quero! Eu permito que sua Palavra dê frutos em mim! Sim, Senhor, eu quero colher os frutos da ação de sua Palavra em minha vida!”

Deus abençoe essa sua decisão! Amém!


Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Oxford - Parte 1

Esses poucos dias vividos por aqui já têm valido a pena. Em primeiro lugar pela oportunidade, oferecida pela Escola de Idiomas, de me encontrar com pessoas de diversas partes do mundo. Em segundo lugar, pelo fato de conhecer essa interessante cidade inglesa e a vida de seus habitantes. Num tempo em que, em muitas partes, assistimos o avanço da intolerância entre os povos, o contato com tantas culturas diversas nos faz descobrir que o mundo é bem maior do que o concebemos e que o “diferente de nós” pode nos ajudar em muito a compreender o verdadeiro sentido da vida sobre essa terra.

No contato com tanta gente diferente, Deus acaba tomando, para mim, feições ainda mais diversas... Na tentativa de aprender uma nova língua, acabo confirmando que existem formas de comunicação que são universalmente compreendidas: um sorriso, um olhar de perdão, uma boa gargalhada... Enfim, acho que isso seja a tradução concreta do que os livros chamam de “a linguagem do amor”. Louvo a Deus por descobrir essas coisas aqui! Quero, ao longo dessas postagens, partilhá-las com você que me acompanha por esse blog!

No entanto, dedicarei essa postagem de hoje para algumas informações anteriores à Oxford. Não tenho a intenção (nem a competência!) de transformar essa postagem numa espécie de aula de geografia ou coisa parecida, mas creio ser interessante aprendermos um pouco mais (ou simplesmente recordarmos) aquilo que faz um povo ser diferente do outro: a sua história e os seus valores.

United Kingdom of Great Britain and Northern Ireland
(Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte)



O Reino Unido é formado pela Grã-Bretanha e pelo nordeste da ilha da Irlanda, sendo limitado ao norte pelo Oceano Atlântico, a oeste pelo mesmo oceano e pela República da Irlanda, a leste pelo Mar do Norte e ao sul pelo Canal da Mancha (que o separa do restante da Europa). É constituído por quatro nações: Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, além de territórios que não pertencem a nenhuma dessas nações e de várias possessões espalhadas pelo mundo (territórios britânicos ultramarinos).

A história do chamado “Reino Unido” começa, em 1707, com os Atos de União que agregaram o Parlamento da Inglaterra ao da Escócia, criando o Reino da Grã-Bretanha. Em 1800, os Atos de União reuniram a Grã-Bretanha ao Reino da Irlanda. No entanto, em 1922, com a independência do Estado Livre Irlandês (atual República da Irlanda), somente a Irlanda do Norte permaneceu sob jurisdição do Reino Unido. Daí o nome oficial com o qual iniciamos esse tópico: Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte”.

O Reino Unido é uma monarquia parlamentarista. O atual monarca e chefe de estado é a rainha Elisabeth II que reina desde 1953. O poder legislativo é formado por um governo eleito e o poder executivo se traduz num Conselho de Ministros liderado pelo primeiro-ministro (função atualmente exercida por Gordon Brown). Embora o primeiro-ministro exerça o poder em nome do monarca, ele deve prestar contas ao Parlamento Britânico (Parlamento de Wesminster).

Com uma área de apenas 244.820 km2, o Reino Unido possui mais de 60 milhões de habitantes, configurando-se como umas das mais potentes economias do mundo, exercendo sua influência em várias instâncias no cenário internacional, sobretudo nas esferas econômica e política.

A Inglaterra

Ocupando uma área de 130.439 km², a Inglaterra possui uma população de cerca de 50 milhões de habitantes, sendo o mais populoso país do Reino Unido. Ocupa dois terços de toda a Grã-Bretanha, tendo limite ao norte com a Escócia e a oeste com o País de Gales. Suas principais cidades são Londres, Birmingham, Liverpool, Leedes e Sheffiel. Londres, a capital, é a maior área urbana de toda o Reino Unido e uma das maiores de toda a União Européia.

Sua formação como estado é historicamente admitida entre os séculos VII e IX. O anglicanismo é a religião oficial, tendo no Monarca sua autoridade suprema e no Arcebispo de Canterbury, seu líder espiritual. Foi o berço da Revolução Industrial, configurando-se como a mais antiga democracia parlamentar do mundo. Ainda hoje, exerce forte influência política, econômica e cultural sobre diversas regiões e países do mundo.

Do ponto de vista administrativo, a Inglaterra sempre foi divida em condados. Atualmente, existem quatro tipos de subdivisões: as regiões, os condados, os distritos e as paróquias.




O Condado de Oxfordshire

Oxfordshire é um dos condados ingleses que se situa no sudeste do país. Abrange uma área de cerca de 2.605 km2, contando com uma população estimada em quase 630 mil habitantes. O condado é formado por outros cinco distritos, dos quais o primeiro é o de Oxford, sua sede administrativa.

A cidade de Oxford

Situada às margens do Rio Tâmisa, Oxford conta com uma população de quase 140 mil habitantes e é mundialmente conhecida por sua importante e tradicional universidade. Por mais de oitocentos anos, Oxford foi lar da realeza e dos mais importantes estudiosos de todas as épocas. Considerada uma das cinco melhores universidades do mundo, Oxford University é a mais antiga das universidades de língua inglesa, dividindo sua fama com sua famosa e eterna rival, Cambridge University.

Oxford foi berço de importantes obras da literatura mundial como “Alice no País das Maravilhas” de Lewis Carroll e “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien entre muitas outras.

Primeiras impressões...

Em uma semana em Oxford, as primeiras impressões que tenho são todas muito positivas. A cidade realmente é muito bonita e interessante. Como toda cidade universitária, Oxford possui milhares de jovens e abriga diversas culturas que parecem conviver de modo harmonioso. O estilo que predomina na cidade é o clássico, já que é uma cidade muito tradicional; nota-se isso na bela arquitetura, mas também no comportamento do povo em geral.

Por aqui tudo é muito organizado e limpo. Realmente, não se tem dúvida alguma de que se está no dito “primeiro mundo”. O senso de organização dos habitantes é realmente impressionante, ficando muito claro reconhecer quem é daqui ou quem está apenas de passagem...

Como toda a cidade grande, Oxford também tem seus problemas. Vou conhecendo-os aos poucos, não porque sejam muito visíveis, mas acabo descobrindo-os nas conversas com os que moram por aqui. No entanto, tais problemas não são nada se comparados com os nossos no Brasil... Aquilo que eles consideram grandes problemas, seriam para nós soluções... Como era de esperar, por exemplo, não se vê pobreza por aqui (nenhuma mesmo!) e, exatamente por isso, não possuem dificuldades com violência ou coisa do gênero. Nota-se o reflexo disso nas casas que possuem quintais abertos onde se pode entrar e sair com grande facilidade... Ainda ontem conversando com uma pessoa daqui, ela me dizia que um dos grandes problemas de Oxford é o tráfico de drogas (problema, aliás, no mundo inteiro...!)

Muitos me perguntam se os ingleses são receptivos. Posso responder que sim. À primeira vista, parecem mesmo distantes, mas é só uma primeira impressão... São abertos aos visitantes e costumam ser muito pacientes com quem não sabe o inglês. Em geral, são muito finos no trato do dia-a-dia. Digo isso, ao menos, a partir de minha experiência em Oxford. Dizem que em Londres a coisa não é tão boa assim... (hehe)

Por enquanto, ainda não tenho as fotos de Oxford para postar por aqui (é, eu sei que já tem gente pedindo...rs). Meu primeiro final de semana por aqui foi “regado” à chuva! (rs), mas creio que a partir da semana que vem, já poderei partilhar com vocês aquilo que de bom estou vendo por aqui. Aproveitarei, na ocasião, para dedicar então um tópico somente para a Universidade de Oxford que é, na verdade, o diferencial da cidade.

Fico por aqui...
Já, já... entrarei em aula... Vamos ver se entendo o que esse povo fala... (rsrs)

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

domingo, 6 de julho de 2008

14º Domingo do Tempo Comum – Ano A - 2008


Evangelho (Mateus 11, 25-30)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, † segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, Jesus pôs-se a dizer: 25"Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27Tudo me foi entregue por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai, e ninguém conhece o Pai, senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28Vinde a mim, todos vós, que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso. 29Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vós encontrareis descanso. 30Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!




Gostaria de retomar com você a reflexão que temos feito sobre a nossa formação de discípulos do Senhor. E por quê? Porque o Senhor continua, por meio das leituras que temos escutado ao longo dos últimos domingos do Tempo Comum, formando em nós um coração de discípulos. Recordo-me que nas últimas vezes que nos encontramos por aqui, afirmei que estamos numa verdadeira escola de discípulos. E é verdade! O Senhor tem nos tomado pela mão e nos guiado por seus caminhos! De fato, é verdadeira a palavra do profeta que ouvimos na primeira leitura desse Domingo: “Eis que vem teu rei ao teu encontro” (Zacarias 9,9). Sim! Ele tem vindo todos os dias ao nosso encontro! E isso é motivo de alegria para nós! Por isso é que o mesmo profeta nos exorta: “Exulta, cidade de Sião! Rejubila, cidade de Jerusalém!” e o salmista nos recorda que “o Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura” (Salmo 144 [145]).

Meu irmão, não posso continuar a reflexão sem antes lhe convidar a parar um pouco para pensar sobre o que acabamos de dizer. Em outras palavras, queremos dizer que Deus está investindo em você, formando em seu peito um coração de discípulo, um coração parecido com o Dele...! E isso por quê? Simplesmente porque Ele lhe ama... Puxa! Como precisamos entender isso! Na medida em que vamos compreendendo essas coisas, não nos resta outra atitude a não ser a do próprio Jesus: louvar a Deus, reconhecer seu amor e predileção por nós: “Eu te louvo ó Pai...” (Mateus 11,25). Pare por um instante sua leitura. Converse com o Senhor. Reconheça a obra que Ele tem feito em sua vida e o louve por isso. Faça-o com suas palavras, do jeito que você sabe... Ele aprecia aquilo que nasce do seu coração...

Iniciativa de Deus

Nessa formação de discípulos, hoje aprendemos que precisamos viver segundo o Espírito de Deus que habita em nós. Na segunda leitura da Santa Missa, o Apóstolo nos recorda que se o Espírito de Cristo habita em nós, então nós pertencemos inteiramente a Ele! Eis uma primeira e fundamental verdade de nosso discipulado: pertencemos ao Senhor! O Espírito Santo derramado em nossos corações no batismo nos faz verdadeiros membros do Corpo de Cristo: pertencemos a Ele!

Ora, é justamente por pertencermos a Ele, que Cristo vai comunicando vida aos nossos corpos. Note que o apóstolo qualifica nossos corpos como “mortais”. Se você acompanhou as reflexões que fizemos no blog sobre o pecado, certamente entenderá o porquê dessa qualificação. Mas não só! Compreenderá também a força da expressão que encontramos na mesma leitura da missa desse Domingo: “aquele que ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos vivificará também vossos corpos mortais por meio do seu Espírito que mora em vós” (cf. Romanos 9, 11). Por meio de seu Espírito, o Senhor vai nos comunicando vida! Quando compreendemos o que isso significa, não há como não louvarmos a Deus pela obra que percebemos que Ele faz em nós! Pare mais uma vez a sua leitura aqui... Agradeça a Deus pela vida que lhe tem sido comunicada!

Resposta do homem

Diante da ação de Deus em nós, resta de nossa parte, uma única resposta que seja realmente sensata: permiti-la! Sim, o Senhor está pedindo permissão para devolver vida à nossa vida. Precisamos dizer ‘sim’! No entanto, esse ‘sim’ não deve ser apenas pronunciado pela boca. O ‘sim’ que somos convidados a dar a Deus deve ser pronunciado com nossos próprios atos! Precisamos colaborar com a ação Dele em nós! Na mesma leitura, o Apóstolo nos recorda que é preciso “pelo Espírito, matar o procedimento carnal”. Que significa esse procedimento carnal? Implica tudo aquilo que nos leva a um "fechamento" em nós mesmos, numa atitude egoísta que nos impede de nos abrirmos a Deus e aos outros. É preciso lutar contra esse procedimento, “matá-lo” em nós, para que a vida que Deus nos comunica, seja por nós, comunicada aos outros!

Veja que interessante: o Senhor vai infundindo vida em nós para que nós a comuniquemos! Daqui nasce a compreensão de que aquele que é verdadeiro discípulo é também verdadeiro missionário. O que de Deus recebemos, nós o comunicamos! É tão bom tudo o que de Deus experimentamos que não conseguimos ficar com isso só para nós, queremos que outras pessoas também o descubram! Estamos, portanto, a cada Domingo, aprendendo a ser "discípulos e missionários do Senhor"!

Mas se nos parecer difícil?

Mas e quando nos parecer difícil lutar contra esse “procedimento carnal”? Bem, em primeiro lugar, o apóstolo mesmo salienta que tais procedimentos são exterminados pelo Espírito. Isso significa dizer que não é apenas por força própria que vencemos toda a forma de egoísmo ainda presente em nós. Nós as vencemos sempre que colaboramos com a ação de Deus em nós que continuamente nos comunica vida! Mas mesmo assim se nos parecer difícil, a saída é tão somente continuarmos fixando nossos corações no coração de Cristo, pois é Nele (somente Nele!) que encontraremos verdadeiro repouso: “vinde a mim, todos vós, que estais cansados e fatigados sob o peso dos vossos fardos, e eu vos darei descanso” (Mateus 11,28)

Interessante notar que, em outras palavras, estamos aprendendo que se o caminho do seguimento do Senhor nos cansar, uma boa saída que temos é a de nos achegarmos ainda mais perto Dele, para o seguirmos mais... Se você está percebendo, ser discípulo do Senhor requer colocá-lo, de fato, como centro de nossa vida, fazendo com que tudo que vivemos gire em torno Dele, a partir Dele e converja para Ele! É radical?! Sim, é radical! E que bom que seja assim, afinal não fomos feitos para pouca coisa, nascemos para voar muito alto! Somos, como discípulos, convidados a viver por Cristo, com Cristo e em Cristo, de modo que Ele seja a única razão e sentido de nossa vida!

Vamos voar para bem alto?!
Eu digo sim ao Senhor! E você?
Deus abençoe nossa decisão!

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

sábado, 5 de julho de 2008

Um tempo em Oxford...


Olá, caro amigo!

Faz um bom tempo que não nos vemos por aqui, não é mesmo? Esses últimos dias para mim foram realmente muito corridos. Os exames do Mestrado terminaram 28 de junho e tomaram realmente todo o meu tempo. Agradeço a oração e a torcida de muitos: alcancei bons resultados!

Talvez o que você não saiba é que desde 30 de julho estou em Oxford, na Inglaterra! Reservei dois meses para fazer um curso de inglês por aqui, uma oportunidade singular que surgiu no primeiro semestre desse ano e que, sinceramente, não pude deixar escapar... É que meu inglês é realmente bem elementar e preciso melhorá-lo em vista das leituras para o Mestrado.

Resolvi viajar sozinho! Isso mesmo! E por quê? Para não ter outra alternativa a não ser falar inglês se quiser me “virar” por aqui... Disseram-me que essa era a melhor maneira de aprender e estou percebendo que é mesmo.

Minha aventura começou quando cheguei ao Aeroporto de Gatwick, em Londres. Com um dicionário nas mãos (yes, meu inglês é ruinzinho mesmo! rs), tive que entender o que me perguntava o agente que me recebeu na alfândega... Ali, consegui entender tudo e responder às perguntas que me fizeram! (oh, yes! hehe). O segundo desafio foi perguntar como ir de Londres à Oxford. Sabia apenas que havia um ônibus que fazia tal percurso e que saía do próprio aeroporto, mas não imaginava que Gatwick fosse tão grande... (rs) Etapa vencida também: depois de duas horas de viagem, estava em Oxford.

Do centro da cidade, tomei outra condução até Cowley, bairro onde ficarei hospedado durante esse tempo. Fui acolhido numa casa salesiana onde ninguém fala outra língua que não seja o inglês (ai, ai, ai...rs). Podem imaginar como foi para me comunicar nos primeiros momentos?! (rs)

E hoje faz exatamente uma semana que estou por aqui, ainda meio perdido com a língua... (rs). Andei sumido do blog porque só tenho acesso à internet da escola e, por lá, como o curso é intensivo, geralmente, estou dentro da sala de aula... (rezem por mim... rs).

Bem, por enquanto é isso. Amanhã, retomaremos as reflexões sobre o Evangelho do Domingo! A partir da semana que vem, começarei a postar por aqui algumas informações e fotos sobre essa bela cidade!

See you…!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.