sábado, 31 de janeiro de 2009

4º Domingo do Tempo Comum - Ano B -2009

Evangelho (Mc 1, 21-28)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 21 estando com seus discípulos em Cafarnaum, Jesus, num dia de sábado, entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 Todos ficavam admirados com o seu ensinamento, pois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da lei. 23 Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou: 24 "Que queres de nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o santo de Deus". 25 Jesus o intimou: "Cala-te e sai dele!" 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu. 27 E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: "O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!" 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a região da Galiléia.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!



Chegamos ao 4º Domingo do Tempo Comum. De fato, como havíamos dito, esse período litúrgico tem sido uma verdadeira escola de santidade, à medida em que, vamos sendo preparados por Deus para ser verdadeiros discípulos seus. Ao longo dessas primeiras quatro semanas, temos acompanhado Jesus que vai, paulatinamente, se manifestando ao povo, ao mesmo tempo que vai convidando cada um a aderir com a própria vida ao mistério de sua pessoa.

É assim que, nesse domingo, o encontramos numa sinagoga da cidade de Cafarnaum. O Evangelho de Marcos o apresenta como mestre que ensina, porém não se trata de qualquer ensinamento: é um ensinamento "com autoridade". Por que o Evangelho diz que esse ensinamento não era como o dos escribas? Bem, na verdade, não poderia sê-lo mesmo! E por que? Porque os escribas falavam do conteúdo da Palavra de Deus (Escrituras) e, portanto, a autoridade não vinha deles, mas da Palavra da qual eram apenas anunciadores. Porém, Jesus não fala da Palavra! Ele é a Palavra que fala, o "Verbo que se fez carne e veio habitar entre nós" (cf. Jo 1,14). Em linguagem atual, podemos dizer que Jesus ensinava com propriedade porque Ele falava de si mesmo (cf. Lc 4,21).

Jesus continua a se manifestar a nós, hoje! E qual deve ser nossa atitude diante de sua manifestação? Bem, o Evangelho relata que até mesmo os demônios sabiam quem Ele era e que, ao reconhecerem que estavam diante do "Santo de Deus" (1,24), Jesus os mandava calar. De fato, ao longo de todo o Evangelho de Marcos, observamos que Jesus se recusa a dizer publicamente quem era, mas segue manifestando-se por meio de palavras e ações. Isso tudo para ensinar que a descoberta do mistério de sua pessoa deve ser realizado na busca e na decisão de cada um. A fé é sempre uma adesão pessoal, resposta daquele que encontra-se com Jesus e o reconhece como seu Senhor (cf. Jo 20,28).

Eis o passo que Deus nos convida a dar nesse domingo: nos decidir a encontrá-lo; encontrando-o, reconhecê-lo como Senhor, aceitá-lo; aceitando-o, testemunhá-lo "para que o mundo creia" (cf. Jo 17, 21).

Você aceita esse convite? Eu o aceito!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

Um amigo de Deus (31.01.2009)

São João Bosco
(*1815 + 1888)

"O segredo de seu sucesso foi o de não decepcionar as mais profundas aspirações dos jovens e levá-los a experimentar concretamente que, somente na amizade com Cristo, se alcançam os objetivos mais autênticos dessa vida."
(João Paulo II)


"São João Bosco sabia que tinha recebido uma vocação especial e que era ajudado, praticamente guiado pela mão, na realização de sua missão, pelo Senhor e pelo materno auxílio da Virgem Maria. A sua resposta foi tal que a Igreja o propôs oficialmente como modelo de santidade a todos os fiéis.

A sua santidade o coloca, de modo original, entre os grandes fundadores de institutos religiosos na Igreja: foi iniciador de uma verdadeira escola de nova e atraente espiritualidade apostólica; foi promotor de uma especial devoção a Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja; foi um testemunho de fidelidade corajosa à Igreja, manifestada na mediação de situações delicadas na ainda hoje difícil relação entre a Igreja e o Estado; foi apóstolo realista e prático, aberto às novas descobertas; foi organizador cuidadoso das missões com uma sensibilidade verdadeiramente católica; foi, de modo pleno, exemplo de amor aos jovens, especialmente os mais necessitados, para o bem da Igreja e o da sociedade; foi pai de uma genial e eficaz prática pedagógica, deixada como dom precioso para ser guardado e aprofundado.

A complementaridade entre "educação" e "santidade" é o traço mais característico da sua personalidade: ele foi um "educador santo"; se inspirou num "modelo santo" (São Francisco de Sales); foi discípulo de um "mestre espiritual santo" (São José Cafasso); e soube formar entre os seus jovens, um "aluno santo" (Domingos Sávio).

De São João Bosco, fundador de uma grande Família Espiritual, se pode dizer que uma característica muito peculiar de sua genialidade está ligada àquela prática educativa que ele mesmo chamou de "sistema preventivo". Esse sistema representa um resumo da sua sabedoria pedagógica e constitui uma mensagem profética que ele deixou aos seus filhos e a toda a Igreja, recebendo também o reconhecimento da parte de tantos educadores e estudiosos de pedagogia.

A essência de seu ensinamento permanece, a originalidade de seu espírito, as suas intenções, o seu estilo, o seu carisma também, justamente porque tudo foi inspirado na transcendente pedagogia de Deus.

Para a Igreja e no mundo, a visão educativa integral que vemos encarnada em Dom Bosco, é uma pedagogia concreta de santidade. Hoje, é preciso recuperar o verdadeiro conceito de santidade como parte integrante da vida de todo o cristão. A originalidade e a coragem da proposta de uma juventude santa é o objetivo da arte educativa desse grande santo que pode ser, de modo muito justo, chamado de "mestre de espiritualidade juvenil". O segredo de seu sucesso foi o de não decepcionar as mais profundas aspirações dos jovens (necessidade de viver e crescer, desejo de ser alegre, de ser livre e ser aberto ao futuro) e levá-los a experimentar concretamente que somente na vida de graça, ou seja, na amizade com Cristo, se alcançam os objetivos mais autênticos dessa vida."

(Palavras de João Paulo II nas comemorações do centenário da morte de São João Bosco [tradução livre]. Roma, 31 de janeiro de 1988).

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Portugal - Conclusão

Depois de conhecermos as cidades de Lisboa e Coimbra, chegamos ao local mais esperado daqueles dias: Fátima! É com a descrição da experiência que fiz lá que quero concluir as postagens dedicadas a Portugal.

De fato, é indescritível o que vivi no dia em que visitei o Santuário de Fátima. Cheguei à cidade após o horário do almoço do dia 23 de dezembro. A cidade realmente é muito pequena (cerca de 15.000 habitantes), mas muito acolhedora. Logo seguimos para o Santuário. Recordo-me bem de dois momentos de muita emoção: o primeiro, quando avistei pela primeira vez o Santuário, uma linda construção que se ergue bem ao fundo de um imenso terreno; a segunda quando cheguei à pequenina capela das aparições, onde a Virgem se comunicou com os três pequenos pastores.

É impossível não se deixar envolver pelo profundo clima de oração cultivado pelas centenas (em alguns dias milhares!) de pessoas que circulam diariamente pelo local! Da mesma forma, não há como não se sentir abraçado pelo carinho materno da Virgem, cuja imagem da Gruta das Aparições, lhe olha com um olhar verdadeiramente misericordioso.

Ali, aos pés da Virgem, posso dizer com segurança que orei por todos! Apresentei à Virgem todas as pessoas que se recomendaram às minhas orações ou a que a elas foram recomendadas. Mas não só, também rezei por todas as pessoas no mundo que necessitam da intercessão de nossas orações! Aliás, posso confidenciar também que num lugar como aqueles, é impossível rezar apenas por nossas intenções particulares. Ali, o nosso coração naturalmente se dilata: rezamos pelo mundo, pedimos pela humanidade...

As aparições de Fátima

"Aos 13 de Maio de 1917, três crianças apascentavam um pequeno rebanho na Cova da Iria, bairro de Fátima, pertencente à cidade de Vila Nova de Ourém. Chamavam-se Lúcia de Jesus, de 10 anos, e Francisco e Jacinta Marto, seus primos, de 9 e 7 anos.

Por volta do meio dia, depois de rezarem o terço, como habitualmente faziam, entretinham-se a construir uma pequena casa de pedras soltas, no local onde hoje se encontra a Basílica. De repente, viram uma luz brilhante; julgando ser um relâmpago, decidiram ir-se embora por medo da chuva, mas, logo abaixo, outro clarão iluminou o espaço, e viram em cima de uma pequena azinheira (lugar onde agora se encontra a Capela das Aparições), uma "Senhora mais brilhante que o sol", de cujas mãos pendia um terço branco.

A Senhora lhes disse que era necessário rezar muito e os convidou a voltarem àquele lugar durante os próximos cinco meses, sempre nos dia 13 e naquela mesma hora. As crianças assim o fizeram e nos dias 13 de Junho, Julho, Setembro e Outubro, a Senhora voltou a aparecer-lhes e a falar com elas. No mês de agosto, no entanto, a aparição aconteceu no dia 19, no sítio dos Valinhos; isso porque no dia 13, as crianças tinham sido levadas pelo Administrador da região ao município de Vila Nova de Ourém a fim de darem explicações sobre os fenômenos dos quais eram testemunhas.

Na última aparição, aos 13 de Outubro, estando presentes cerca de 70.000 pessoas, a Senhora apresentou-se àquelas crianças como sendo a "Senhora do Rosário" e pediu que fizessem ali uma capela em sua honra. Depois da aparição, todos os presentes observaram o milagre prometido às três crianças em Julho e Setembro daquele ano: o sol, assemelhando-se a um disco de prata, podia ser visto sem dificuldade e girava sobre si mesmo como uma roda de fogo, parecendo precipitar-se sobre a terra.

Alguns anos mais tarde, Nossa Senhora voltou a aparecer a Lúcia, única vidente que ainda era viva e que havia se consagrado como religiosa. As aparições à Ir. Lúcia se deram na Espanha (10 de Dezembro de 1925 e 15 de Fevereiro de 1926, no Convento de Pontevedra, e na noite de 13/14 de Junho de 1929, no Convento de Tuy), quando a Virgem pediu a devoção dos cinco primeiros sábados (rezar o terço, meditar os mistérios do Rosário, confessar-se e receber a Sagrada Comunhão, em reparação dos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria) e a Consagração da Rússia ao mesmo Imaculado Coração. Este último pedido, Nossa Senhora já o havia feito em 13 de Julho de 1917, na parte já revelada do chamado "Segredo de Fátima".

Anos mais tarde, a Ir. Lúcia conta ainda que, entre Abril e Outubro de 1916, tinha aparecido um Anjo aos três videntes, por três vezes, convidando-os à oração e penitência.

Desde 1917, não mais cessaram de ir à Cova da Iria milhares e milhares de peregrinos de todo o mundo, primeiro nos dias 13 de cada mês, depois nos meses de férias de Verão e Inverno, e agora cada vez mais nos fins de semana e no dia-a-dia, num montante anual de cinco milhões de peregrinos."


(texto extraído e adaptado do site oficial do Santuário de Fátima,
onde também podem ser encontrados os conteúdos de cada aparição:

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.


Santuário de Fátima: eis a primeira visão de quem visita o local. À esquerda, se pode ver o local das aparições, em 1917, onde hoje está construída uma capela em honra à Virgem Maria.


Aproximando-se mais do Santuário, ao centro do pátio encontra-se uma imagem de Jesus que, em sua misericórdia, acolhe o peregrino.


Interior do Santuário (Basílica de Nossa Senhora do Rosário). Ali tive a graça de concelebrar por duas vezes a Eucaristia; a primeira no dia de minha chegada e a segunda, quase de madrugada, antes de minha partida: momentos de graça!



Local das aparições de 1917. Hoje, avistamos uma capela maior construída para abrigar a primeira e pequenina capela construída em cumprimento ao pedido da Virgem aos pastorinhos.


Eis a primeira capelinha construída no local das aparições. Sabe-se hoje que, dentre os três "segredos" que a Virgem havia confidenciado aos videntes, um dizia respeito ao atentado que o Papa sofreria no final daquele século. De fato, João Paulo II sofreu um atentado a tiros, na Praça de São Pedro, no Vaticano (em 1981, aos 13 de maio!). Um detalhe interessante: uma das balas que o atingiram, depois de retirada do corpo do Pontífice, foi cravada na coroa que repousa sobre a cabeça da imagem da Virgem, exposta na capela (foto).


Defronte à Basílica do Rosário foi construída uma nova Igreja dedicada à Santíssima Trindade. A foto retrata o presbitério da nova Igreja.

sábado, 17 de janeiro de 2009

2º Domingo do Tempo Comum - Ano B - 2009

Evangelho (João 1,35-42)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 35 João estava de novo com dois de seus discípulos 36 e, vendo Jesus passar, disse: "Eis o Cordeiro de Deus!" 37 Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram Jesus. 38 Voltando-se para eles e vendo que o estavam seguindo, Jesus perguntou: "O que estais procurando?" Eles disseram: "Rabi (que quer dizer: Mestre), onde moras?"39 Jesus respondeu: "Vinde ver". Foram pois ver onde ele morava e, nesse dia, permaneceram com ele. Era por volta das quatro da tarde. 40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram a palavra de João e seguiram Jesus. 41 Ele foi encontrar primeiro seu irmão Simão e lhe disse: "Encontramos o Messias" (que quer dizer: Cristo). 42 Então André conduziu Simão a Jesus. Jesus olhou bem para ele e disse: "Tu és Simão, filho de João; tu serás chamado Cefas" (que quer dizer: Pedra).

— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor.



sábado, 10 de janeiro de 2009

Festa do Batismo do Senhor - Ano B - 2009

Evangelho (Marcos 1,7-11)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 7 João Batista pregava, dizendo: "Depois de mim virá alguém mais forte do que eu. Eu nem sou digno de me abaixar para desamarrar suas sandálias. 8 Eu vos batizei com água, mas ele vos batizará com o Espírito Santo". 9 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia, e foi batizado por João no rio Jordão. 10 E logo, ao sair da água, viu o céu se abrindo, e o Espírito, como pomba, descer sobre ele. 11 E do céu veio uma voz: "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer".

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!



Neste domingo, a Igreja inicia o Tempo Comum, período litúrgico de trinta e quatro semanas de duração, divididas em duas grandes partes: a primeira que vai até o início do Tempo da Quaresma e a outra que compreende as semanas seguintes ao Tempo Pascal até o final do Ano Litúrgico.

É sem dúvida alguma, um momento muito especial na vida da Igreja, justamente pelo fato de ser "comum". Isso porque é no cotidiano de nossas vidas que mais percebemos a ação de Deus que se revela a nós e nos convida a participarmos do mistério de sua vida divina. O Tempo Comum é uma escola diária de santidade, à medida em que dia após dia vamos aprendendo a viver como filhos de Deus. E é por esse exato motivo que este tempo litúrgico é aberto pela Festa do Batismo do Senhor.

Às margens do rio Jordão, o mistério de Deus Trino (Pai e Filho e Espírito Santo) se manifesta ao mundo. É a partir do mistério de Deus que somos chamados a viver esse Tempo e é para nos ajudar a aprofundar quanto possível nessa vida tal mistério que esse tempo litúrgico existe.

Além disso, pelo batismo no Jordão, Jesus é manifestado ao mundo como o único Filho de Deus. O batismo de Jesus nos faz recordar o nosso. Isso porque só nos tornamos filhos de Deus Pai, à medida em que, pela graça do batismo que recebemos, o Espírito Santo vai configurando nossa vida à vida do Único Filho, Jesus.

Com a abertura do Tempo Comum, algo novo está para acontecer em nossa vida. Queremos assumir a graça batismal, nos abrindo à ação do Espírito que vai nos configurando a Cristo para Nele, nos tornar filhos de Deus Pai!

Deus está nos convidando à "mergulharmos" em seu mistério de vida!
Eu digo sim! Espero que você também!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Portugal - Parte 2

De Lisboa, seguimos viagem para a cidade de Coimbra, distante algumas poucas horas. Lá passamos apenas algumas horas, o suficiente para visitarmos o câmpus mais antigo da famosa e conhecida Universidade, motivo que nos levou realizar a visita àquela cidade. Hoje, partilho com você que me acompanha um pouco do que vimos naquela interessante cidade.

Coimbra

Coimbra é a principal cidade da região central de Portugal. Possui uma alta importância histórica, tenso sido berço de nascimento de vários reis de Portugal e da sua primeira dinastia, além de possuir a primeira universidade do país e uma das mais antigas de toda a Europa.

Eminentemente universitária, além de seus 150.000 habitantes aproximadamente, Coimbra recebe cerca de 20.000 estudantes vindos de diversas partes. Isso faz da cidade um misto de tradição e modernidade: ao mesmo tempo em que encontramos cenários de ruas estreitas, pátios e arcos medievais, também se pode avistar inúmeros bares e regiões de intensa vida noturna.


Universidade de Coimbra

Umas das maiores instituições do país, a Universidade de Coimbra foi fundada por Dom Dinis, aos 1º de março de 1290. Após sete séculos de uma brilhante história, a Universidade continua sendo referência no cenário internacional, sendo constituída por oito faculdades: Letras, Direito, Medicina, Ciência e Tecnologia, Farmácia, Economia, Psicologia e Ciências da Educação, além de Ciências do Desporto e Educação Física.

A única parte aberta à visitação de turistas localiza-se dentro do chamado Pólo Universitário I. Ali, se pode visitar a parte mais antiga da universidade, onde propriamente tudo começou, e onde hoje se encontra, além dos edifícios históricos, as dependências da Faculdade de Direito.

Abaixo, seguem fotos e descrições dos lugares que pudemos visitar ao longo daquele dia. Deixo, aqui registrado, meu agradecimento aos funcionários que tão bem nos receberam. Para os que desejam conhecer melhor a Universidade, basta acessar o site oficial da mesma: http://www.uc.pt/

A gente se vê amanhã.

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.


Panorama da cidade, vista do alto do edifício histórico da Universidade.


Porta de acesso ao pátio mais antigo da Universidade.


Como se lê: Diploma da fundação da Universidade passado por D. Dinis em 1290. A peça encontra-se no museu da Universidade.


Padre Manuel da Nóbrega, jesuíta, fundador da cidade de São Paulo (Brasil) foi aluno da Universidade de Coimbra. Alguns anos depois da fundação da cidade na nova colônia, Padre Manuel leva a chave da cidade de São Paulo para ser entregue às autoridades portuguesas. Hoje a chave é exposta no antigo edifício do Cárcere Acadêmico.


Atas da visita de Dom Pedro II, Imperador do Brasil, à Universidade. Entre outros assuntos, o Imperador e sua comitiva tratava com as autoridades universitárias a criação do Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro (Brasil).


Estruturas do que foi, até 1832, o Cárcere Acadêmico. O espaço, ao longo dos séculos, teve três fases distintas de utilização. O curioso é a sua primeira fase, cuja estrutura física provavelmente não existe mais. Tratava-se do cárcere medieval do Paço Real, edificado no final do século XIV. A existência de um cárcere na universidade se explica pela intenção de querer preservar os detentos universitários, presos muitas vezes por razão puramente disciplinar (!) do convívio com criminosos nos cárceres da cidade...


Fachada da Biblioteca Joanina. O edifício, construído entre 1717 e 1728, possui três andares e cerca de 200.000 volumes, dos quais os mais antigos datam dos séculos XVI, XVII e XVIII (em sua maioria, representam o que de melhor havia na cultura européia daquele tempo).

Pátio central do câmpus (acima) e fachada da Reitoria (abaixo).




Torre da Universidade, no canto esquerdo do pátio central.


Sala dos Grandes Atos. É a principal sala da Universidade de Coimbra, sendo ainda hoje utilizada nas cerimônias acadêmicas, tais como: defesa acadêmica do doutoramento, concessão de doutoramento honoris causa, abertura solene das aulas e a investidura do Reitor. Vale ressaltar que nesta sala ocorreram importantes episódios da vida da nação portuguesa, uma vez que esta foi a Sala do Trono de todos os reis de Portugal durante a primeira dinastia portuguesa (1143-1383).


Sala das Armas. Formada pelas salas amarela e azul, este recinto fazia parte da ala real do antigo palácio. Na foto, se pode ver a Sala Azul, última da antiga ala real aberta à visitação. Na parede do fundo, do lado esquerdo, se pode ver o retrato do Reitor Visconde Seabra, autor do primeiro Código Civil de Portugal.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Portugal - Parte 1

Durante os dias de recesso para o Natal e às festas do novo ano, tive a oportunidade de conhecer alguns lugares muito interessantes. O fato das distâncias por aqui serem bem mais curtas e da Europa ser interligada por uma vasta malha ferroviária bastante eficiente, não só facilita a realização desse tipo de programa como o torna bem mais em conta.

A partir de hoje, começo uma série de postagens que tem por objetivo partilhar com você que me acompanha pelo blog um pouco da experiência marcante que vivi nesses poucos dias. Além disso, tenho observado que aquilo que aqui escrevo acaba por ajudar não somente os leitores assíduos do blog, mas muitos que "acidentalmente" (entre aspas porque sei que Deus possui seus próprios caminhos...) acabam acessando esse canal de comunicação.

Bem, começarei dedicando as três primeiras postagens a Portugal e aos três dias que passei por lá. Aproveito para agradecer os inúmeros "amigos virtuais" portugueses que tem acompanhado meu blog! Eles devem estar pensando que três dias é muito pouco para conhecer aquela linda terra. E estão cobertos de razão! Mas era tudo o que possuía e, confesso, procurei aproveitar ao máximo tudo o que de belo pude ver e viver por lá.

Lisboa

A capital de Portugal é também a sua maior e mais importante cidade. Daquilo que pude até então conhecer da Europa, posso dizer que Lisboa é realmente uma cidade diferente: ao mesmo tempo que grande, sabe ser muito familiar; embora muito antiga, tem ares de modernidade. Mas, longe de qualquer dúvida, o mais belo que encontrei por lá foi a acolhida e a simpatia do povo lisbonense; são realmente muito atenciosos, sobretudo, com os brasileiros.

Não pude percorrer a cidade em toda a sua extensão. Por isso, fixei-me mais em seu centro histórico, do qual pude fazer algumas fotos. Infelizmente, apenas durante a noite estava com a máquina por perto. A cidade é possui uma paisagem noturna muito bela, mas confesso que teria sido válido a pena registrar a vida urbana à luz do dia...

Pelo que pude me informar, Lisboa tem aproximadamente 500.000 habitantes, mas chegam a 3.000.000 se somada toda a população da grande área metropolitana da cidade. Abaixo seguem fotos de alguns lugares do belíssimo centro da cidade.

A gente se vê amanhã.

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

Mapa político-administrativo de Portugal com a cidade de Lisboa assinalada em vermelho.


Monumento dedicado ao centenário da morte de Dom Bosco (1988), em frente à Sede Inspetorial dos Salesianos de Dom Bosco, no bairro do Campo de Ourique. O monumento está bem defronte à Avenida Saraiva de Carvalho, principal acesso ao centro da cidade.



Bondinhos que percorrem o centro da cidade e suas redondezas.


Ponte 25 de abril sobre o rio Tejo; liga a cidade de Lisboa com a de Almada. A vista é do Cemitério dos Prazeres.


Vista aérea da Praça de Dom Pedro IV. Ao fundo, se pode avistar o Teatro Nacional D. Maria II, inaugurado em 1846, quando a rainha completava 27 anos de idade. Vale recordar que Maria II era filha de Pedro IV, conhecido por nós brasileiros como Dom Pedro I. Em 1826, como sabemos, o Imperador do Brasil abdica o trono português em favor de sua filha.


Detalhe: uma das vielas de aspecto antigo preservada no centro da cidade de Lisboa.


Vista da Praça do Comércio, situada junto ao rio Tejo. Ao fundo, se vê o Arco Triunfal da rua Augusta e estátua de Dom José I.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Solenidade da Epifania do Senhor - Ano B - 2009

Evangelho (Mateus 2,1-12)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

1 Tendo nascido Jesus na cidade de Belém, na Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que alguns magos do Oriente chegaram a Jerusalém, 2 perguntando: "Onde está o rei dos judeus, que acaba de nascer? Nós vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo". 3 Ao saber disso, o rei Herodes ficou perturbado, assim como toda a cidade de Jerusalém. 4 Reunindo todos os sumos sacerdotes e os mestres da Lei, perguntava-lhes onde o Messias deveria nascer. 5 Eles responderam: "Em Belém, na Judéia, pois assim foi escrito pelo profeta: 6 E tu, Belém, terra de Judá, de modo algum és a menor entre as principais cidades de Judá, porque de ti sairá um chefe que vai ser o pastor de Israel, o meu povo". 7 Então Herodes chamou em segredo os magos e procurou saber deles cuidadosamente quando a estrela tinha aparecido. 8 Depois os enviou a Belém, dizendo: "Ide e procurai obter informações exatas sobre o menino. E, quando o encontrardes, avisai-me, para que também eu vá adorá-lo". 9 Depois que ouviram o rei, eles partiram. E a estrela, que tinham visto no Oriente, ia adiante deles, até parar sobre o lugar onde estava o menino. 10 Ao verem de novo a estrela, os magos sentiram uma alegria muito grande. 11 Quando entraram na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Ajoelharam-se diante dele, e o adoraram. Depois abriram seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. 12 Avisados em sonho para não voltarem a Herodes, retornaram para a sua terra, seguindo outro caminho.

— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!


O tempo litúrgico do Natal é marcado por três solenidades que estão ligadas entre si pelo mistério que desejam celebrar: a encarnação do Filho de Deus. Deus entra na história da humanidade (Natal do Senhor) por meio de uma Virgem (Mãe de Deus) e manifesta-se como Salvador de todo o gênero humano (Epifania do Senhor).

A Solenidade da Epifania - palavra grega que significa "manifestação" - deseja celebrar a universalidade da salvação do Senhor. Que isso significa? Implica dizer que Jesus veio para salvar a todo o gênero humano, independentemente da religião professada!

No trecho do Evangelho desse Domingo, acompanhamos a história de pessoas que vieram de terras distantes para adorar o recém-nascido. Adorar significar reconhecer sua divindade, admitir que Ele é Deus! E quem eram essas pessoas? Eram magos. Isso mesmo! Eram pessoas - astrólogos e feiticeiros - que não professavam a mesma fé de Israel. No entanto, os presentes que oferecem ao menino revelam aquilo que pensavam dele: admitiam a realeza daquela criança (ouro), professavam a sua divindade (incenso) e o reconheciam como ser humano (mirra, que significa perfume).

A Solenidade da Epifania do Senhor nos ensina um importante ponto da doutrina católica: a Igreja não rejeita o que é verdadeiro e santo em todas as religiões. Ela considera suas práticas, maneiras de viver, normas e doutrinas como reflexo da verdade de Deus que ilumina todos os seres humanos. Sim, existem reflexos de Deus em toda busca religiosa sincera! Mas, por outro lado, a Igreja possui o dever de seguir anunciando a Cristo como único "caminho, verdade e vida" ( Jo 14,16) em quem todos, sem exceção, são chamados a encontrar a plenitude da própria prática religiosa.

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

Recomeçando...

Caros amigos

Depois de alguns dias ausente, retomo as postagens no blog.
Tenho muita coisa a partilhar!
Por enquanto, aproveito para desejar a todos um santo Natal e abençoado 2009!

Deus os abençoe!

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.



"Nasceu para nós um menino, um filho nos foi dado. Ele tem a soberania sobre seus ombros e será chamado: Conselheiro Admirável, Deus Forte, Pai para sempre, Príncipe da Paz!" (Isaías 9, 5)