sábado, 30 de maio de 2009

Solenidade de Pentecostes - Ano B - 2009

Evangelho (João 20, 19-23)

- O Senhor esteja convosco!
- Ele está no meio de nós!
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
- Glória a Vós, Senhor!

19 Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: "A paz esteja convosco". 20 Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21 Novamente, Jesus disse: "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio". 22 E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo. 23 A quem perdoardes os pecados, eles lhe serão perdoados; a quem não os perdoardes, eles lhe serão retidos".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!



Ao longo do tempo pascal, recordamos várias vezes que esse importante período litúrgico se ergue sobre dois alicerces: a experiência do Senhor ressuscitado e o testemunho que somos chamados a dar dela com a nossa própria vida. Lembramos também que isso significa que na medida em que aprofundamos o nosso relacionamento com Jesus, vamos aprendendo a ampliar o anúncio do amor que brota desse encontro.

A promessa feita no dia da Ascenção - "mas recebereis uma força, a força do Espírito Santo que virá sobre vós e sereis minhas testemunhas (...) até as extremidades da terra." (At 1,8) - é cumprida no dia de Pentecostes. Desse modo, a liturgia dessa última semana que vivemos (7ª da Páscoa), entre as solenidades da Ascensão e a de Pentecostes, deixa clara a estreita relação entre o anúncio do Evangelho e o dom do Espírito derramado sobre a Igreja. Em 1986, João Paulo II já nos ensinava em sua carta encíclica, escrita para a Solenidade de Pentecostes daquele ano: "O Espírito Santo vem 'graças' à partida de Cristo". E depois continuava: "Graças à cruz, operadora de Redenção, vem o Espírito Santo, pelo poder de todo o mistério pascal de Jesus Cristo; e vem para permanecer com os Apóstolos desde o dia de Pentecostes, para permanecer com a Igreja e na Igreja e, mediante ela, no mundo" (Dominum et vivificant, 14).

Isso significa que é o Espírito Santo quem nos impulsiona para anunciar o Evangelho! Quando falamos de Deus às pessoas de nossa casa, de nosso trabalho ou escola, de nossa comunidade ou bairro, enfim, quando anunciamos a alegria do Evangelho a toda e qualquer pessoa, é o próprio Espírito quem o faz em nós! Mas não só! É Ele também que nos dá a força de anunciar quando as nossas poucas forças nos faltam! Mas não só ainda! É Ele quem nos ensina o que falar, é quem nos motiva a abrir a boca, é quem fala em nós, é quem faz a Palavra chegar ao coração de quem ouve, é quem age no coração que recebeu a Palavra... Ele é o protagonista de tudo!

Eis a força do Espírito Santo! Precisamos apenas nos abrir a essa extrema potência de Deus que quer agir em nós e por meio de nós! Por isso temos a necessidade de pedir pelo Espírito de modo incessante, todos os dias de nossa vida. Devemos reconhecer que a Igreja nunca necessitou do Espírito como nos dias em que vivemos! A cada dia da história, Ele se torna ainda mais necessário, ainda mais fundamental para fazer o Evangelho chegar a todos os cantos do mundo! A você que lê essa mensagem, eu lhe convido a pedi-Lo sem medo sobre sua vida! Peça-O com fervor de coração! Ele é tudo o que precisamos, é tudo o que a Igreja necessita!

Quero concluir retornando àquela carta encíclica de João Paulo II, no Pentecostes de 1986. Naquela ocasião, o Papa nos lembrava que "no meio dos problemas, das desilusões e das esperanças, das deserções e dos retornos desta nossa época, a Igreja continua fiel ao mistério de seu nascimento. Se é um fato histórico que a Igreja saiu do Cenáculo de Pentecostes, também se pode dizer que, em certo sentido, ela nunca abandonou aquele santo lugar. Espiritualmente, o acontecimento de Pentecostes não pertence só ao passado: a Igreja está sempre no Cenáculo porque o traz no seu coração" (Dominum et vivificant, 66). Continuemos a anunciar Jesus, o Senhor, na força do Espírito Santo, até o dia em que Ele retorne de maneira definitiva!

Eu o peço de modo incensante!
Peça você também! Peçamo-lo juntos!
Vem, vem, vem...

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

sábado, 16 de maio de 2009

6º Domingo da Páscoa - Ano B - 2009

Evangelho (João 15, 9-17)

- O Senhor esteja convosco!
- Ele está no meio de nós!
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
- Glória a Vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9 "Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu vos disse isso para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguém tem amor maior do que aquele que dá su vida pelos amigos. 14 Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. 15 Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu quem vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17 Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros".

- Palavra da Salvação!
- Glória a Vós, Senhor!


Nesse 6º Domingo da Páscoa, vale recordar o que dissemos na postagem anterior: "toda a liturgia do tempo pascal parece estar fundamentada sob dois alicerces: a experiência do Senhor ressuscitado e o testemunho que somos chamados a dar dele". Na semana passada, vimos que ao mesmo tempo em que o Senhor nos convidava a permanecer nele (cf. Jo 15, 4), também nos enviava em missão para dar frutos ao mundo (cf. Jo 15,8). Nesse domingo, continuamos a meditação desse importante capítulo do Evangelho de São João.

Quais são os frutos que somos chamados a dar?

A resposta a essa pergunta, a encontramos no trecho que lemos nesse domingo: "amai-vos uns aos outros" (Jo 15, 17). O fruto que somos chamados a dar ao mundo é o testemunho do amor que de Deus experimentamos.

Vamos falar primeiro da experiência que fazemos desse amor. O próprio Jesus nos explica a intensidade dessa relação: "já não vos chamo servos... Eu vos chamo amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai." (Jo 15, 15) Essas palavras do Senhor são realmente maravilhosas! O servo obedece pelo simples fato de ser servo, sem nem menos perguntar o sentido das ordens que recebe. Já o amigo, não... O amigo obedece porque compreende o sentido do que lhe pede o outro amigo e porque se decide livremente por amá-lo! É assim que o Senhor descreve a relação que Ele estabelece com seus discípulos. Fomos escolhidos por amor (cf. Jo 15, 16) e chamados, na liberdade, a responder com amor. Em outras palavras, significa dizer que o modo mais justo de responder à imensidão do amor de Deus, é tornando toda a nossa vida uma resposta de amor! Por isso o amor é o único fruto que podemos dar se estivermos realmente ligados ao Deus que é amor (cf. 1 Jo 4, 16).

Agora sim podemos falar sobre o testemunho que devemos dar dessa experiência de amor com o Ressuscitado. Nesse ponto, a primeira coisa que a liturgia desse domingo nos fala é que o nosso testemunho se destina a todos, sem exceção; por isso lemos na primeira leitura (cf. At 10, 25-26;34-35;44-48) que o Espírito do Senhor desceu sobre os pagãos, indicando que o anúncio do evangelho deve chegar a todos os cantos da terra! Por isso também, o salmista nos convida a reconhecer que "O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações" (Sl 97).

Ainda nesse ponto, há uma outra coisa importante para dizer. Infelizmente, em nossos dias, o amor é muitas vezes reduzido a apenas um sentimento. Mas o amor é muito mais que um sentimento ou uma sensação de bem-estar! É uma decisão que nos leva para além daquilo que podemos sentir... O amor é "dar a vida pelos outros" (cf. Jo 15, 13). Dar a vida por alguém nem sempre é "agradável" ou "prazeroso", mas é justamente aí que se pode falar de verdadeiro amor.

Peçamos essa especial graça a Deus: de experimentar seu amor em nós e de testemunhá-lo, mesmo nas adversidades. Como irmãos que olham com coragem e reconhecimento para a cruz de seu Senhor, nós pedimos: Senhor, dá-nos a coragem suprema do amor!

Deus abençoe sua vida!

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

sábado, 9 de maio de 2009

5º Domingo da Páscoa - Ano B - 2009


Evangelho (João 15, 1-8)


- O Senhor esteja convosco!
- Ele está no meio de nós!
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
- Glória a vós, Senhor!


Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1 Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa para que dê mais fruto ainda. 3 Vós estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4 Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6 Quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos serão recolhidos, lançados ao fogo e queimados. 7 Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8 Nisto meu Pai é glorificado: que deis muitos frutos e vos torneis meus discípulos.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!


Todo a liturgia do Tempo Pascal parece estar fundamentada sobre dois alicerces: a experiência do Senhor ressuscitado e o testemunho que somos chamados a dar dela. Isso quer dizer que à medida em que vamos aprofundando nosso relacionamento com Jesus, aprendemos a melhor anunciar, com a nossa própria vida, o amor que brota desse encontro.

Nesse 5º Domingo da Páscoa, o Ressuscitado se apresenta a nós como a "verdadeira videira" (Jo 15,1). Talvez aqueles que nasceram nas grandes cidades nunca tenham visto uma videira, mas a plantação de uvas é uma coisa muito comum às pessoas do campo, assim como o era para o povo de Israel. Tanto é verdade que ao longo do Antigo Testamento o povo de Israel por muitas vezes é comparado a uma videira (cf. Is 5, 1-7; Jr 2, 21; Ez 15, 1-8; 19, 10-14 entre outras). Nessas passagens, tal comparação serve para indicar o amor e a eleição de Deus (nesse caso, o "agricultor") para com o seu povo. Uma vez plantado e protegido por Deus, Israel é chamado a produzir frutos. Por isso, assim como acontece no mundo da agricultura, na medida em que a plantação não corresponde à expectativa, ela não serve para nada, senão para ser jogada fora. Pode parecer um pouco dura a conclusão, mas ela é bem verdadeira. Pense você: precisamos de muitas laranjas e plantamos uma muda de laranjeira que não dá frutos; para que ela nos serviria...?

"Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o agricultor" (Jo 15, 1).

Nessa afirmação, Jesus retoma a comparação já bem conhecida pelo povo para dar um passo além, aprofundando o seu sentido. Aqui, o povo que antes era a videira inteira, é chamado apenas como "ramo" dessa plantação, cujo "tronco" (a parte que a sustenta) é Jesus, o Filho de Deus!

Em outras palavras, o que está sendo dito é que toda a Igreja - o povo que o Pai amou e escolheu - tem a sua razão de ser somente em Jesus. Por isso o Senhor afirma: "... como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim" (Jo 15,4).

Mas alguém pode se perguntar "por que devo dar frutos"? A resposta parece ser simples: porque você nasceu para isso! Todos fomos criados para gerar vida. Além disso, o mundo precisa de frutos! E, nesse caso, os frutos significam o testemunho que somos chamados a dar com o nosso estilo de vida. Isso porque aquele que vive "ligado" a Jesus, é chamado a agir segundo a novidade trazida por Ele!

Daqui se compreende a aparente "dureza" das palavras do Senhor quando nos adverte que "quem não permanecer em mim, será lançado fora como um ramo que secará" (Jo 15,6). Em outras palavras, significa dizer que se nós não vivemos segundo a novidade de Jesus, na verdade, não o conhecemos e não pertencemos a Ele! Se o ramo não está ligado à plantação, ou seja, se ele não tem a seiva da vinha correndo pelo seu corpo, na verdade, ele não faz parte dela... O contrário também é verdadeiro: "Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado" (Jo 15, 7).

Hoje renovamos a adesão de nossa vida à novidade de Jesus!
Comuniquemos a "seiva da vida" do Ressuscitado! O mundo precisa desse fruto!
Feliz Páscoa a você, meu amigo!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Retomando...

Caro amigo,

Antes de qualquer coisa, quero agradecer as contínuas (e inúmeras!) visitas que esse blog tem recebido nos últimos tempos, mesmo estando parado por quase dois meses! Na verdade, parado não está... Isso porque apesar do "dono do blog" não atualizá-lo há um bom tempo, o Senhor desse blog tem utilizado dele para falar a muita gente... São quase 1000 acessos por mês; a maioria do Brasil e de Portugal, mas também de outras partes do mundo. Louvado seja Deus por isso! Meu muito obrigado a todos e cada um!

Retomarei as postagens, ainda que não na freqüência que desejo, já que as tarefas pessoais não me permitem estar aqui por muito tempo.

Mais uma vez, obrigado por ter vindo...
Boa visita!
Deus abençoe sua vida!

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.