domingo, 10 de fevereiro de 2008

Falando das coisas do coração - Parte 3

Além da Basílica de Nossa Senhora Auxiliadora, há também outros dois locais privilegiados de oração que se encontram na casa salesiana, em Turim. Passei longo tempo em cada um deles, de onde rezei por todos. Trata-se da Capela Pinardi (primeira capela do Oratório de Valdocco, 1846) e da Igreja de São Francisco de Sales (1862), ambos contruídos por Dom Bosco, antes mesmo da Basílica existir. Esses ambientes foram palcos de vários momentos marcantes da história salesiana. Estar ali é realmente algo de muito especial... É pisar o coração da Congregação, seguir os vestígios daquilo que o Espírito Santo realizou entre nós nos tempos de Dom Bosco...

Deus te abençoe!
Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

Capela Pinardi (1846)

Palco do início da Congregação, era o coração do Oratório, ocupando, geograficamente, o centro da obra. Depois de desativada pelo próprio Dom Bosco, o local serviu de refeitório para os meninos do Oratório. Por fim, foi toda restaurada pelos salesianos e é aberta ao público para a visitação. Geralmente, esses locais (mesmos os religiosos) - porque cheio de turistas - acabam sendo lugares de muito ruído. Porém, essa capela é um lugar muito convidativo para a oração. Mesmo no dia da Festa de Dom Bosco, quando circulavam pelo Oratório centenas de pessoas, dentro da Capela Pinardi o silêncio ressoava, realmente, a voz do próprio Deus...





Acima, o altar onde por diversas vezes Dom Bosco celebrou a missa para os meninos do Oratório.


Acima, a imagem da Virgem, venerada pelos oratorianos de Dom Bosco, na capela.


Acima, placa que se encontra no interior da Capela Pinardi, fazendo alusão ao tempo em que ali funcionava o refeitório do Oratório. Na placa, se lê (a tradução não é literal!): Sua Santidade Papa Pio XI. Ano de 1883. Jovem padre sentado aqui à mesa de Dom Bosco, alimentando o corpo, nutria e deliciava o espírito com as palavras e os exemplos daquele que deveria um dia, com grande alegria de seu coração de Vigário de Cristo, exaltar às honras dos altares, declarando-o beato aos 12.06.1929 e glorificando-o com a auréola dos santos em 1º de abril de 1934, Pascoa da Ressurreição.


Igreja de São Francisco de Sales (1862)

Construída quando a Capela Pinardi não mais abrigava o número dos garotos que acorriam ao Oratório de Valdocco, foi palco de acontecimentos muito especiais. Nela, por exemplo, mamãe Margarida rezou por muitas e longas vezes, Domingos Sávio fundou a Companhia da Imaculada, Miguel Rua celebrou sua primeira missa como padre recém ordenado. Foi nela também que Dom Bosco encontrou Domingos Sávio, em êxtase, por seis horas.










Acima, pintura na parede interna da Igreja, retratando a primeira missa do Padre Miguel Rua, concelebrada pelo próprio Dom Bosco.

Acima, vista da entrada do Altar da Imaculada, bem onde Domingos Sávio, juntos de outros garotos do Oratório, fundou a Companhia da Imaculada. Na parede, no interior do espaço do altar, a pintura do momento da fundação (não está claro na foto, desculpem... rs)



Curiosidade! Na placa está escrito: Junto a esta porta, Dom Bosco fez o prodígio da multiplicação dos pães para distribuí-los aos jovens depois da Santa Missa, numa manhã de novembro de 1860. Abaixo, a foto do local.




Êxtase de Domingos Sávio

Narra Dom Bosco que, naquele dia, a missa havia sido a primeira coisa que realizaram. Todos os garotos participaram dela e depois se dirigiram para as atividades programadas para o dia, no Oratório.

Quando retornaram para o almoço, Dom Bosco sentiu falta de Domingos Sávio. De fato, ele não se encontrava em meio aos muitos garotos que falavam e comiam com entusiasmo. Dom Bosco, então, saiu a procurá-lo por todas a partes: dormitório, salas, pátios e nada de encontrá-lo. Entrou, por fim, na Igreja e passou aprocurá-lo ali.

Foi quando o avistou no coro da igreja de joelhos, em oração, com os olhos fixos no Sacrário. Estava imóvel, estático e fixava o Senhor com um semblante muito sereno... Dom Bosco, por fim, se aproximou, o tocou, chamando-o pelo nome. Desperto do êxtase em que havia entrado no momento da comunhão durante a Missa e, no qual, permanecia por volta de 6 horas, perguntou a Dom Bosco: "A missa já acabou?". Dom Bosco, entendendo o que lhe havia acontecido, o convidou para almoçar...


Local, atrás do altar principal da Igreja de São Francisco de Sales, onde Domingos Sávio foi encontrado em êxtase eucarístico diante do Sacrário.


Placa explicativa ao lado do local do êxtase.

Conheça mais sobre Domingos Sávio

Fonte: http://www.sdb.org/

Domingos nasce no dia 2 de abril de 1842 em San Giovanni di Riva, perto de Chieri, província de Turim (Itália). Crescido numa família rica de valores, impressionou desde pequeno pela sua maturidade humana e cristã. Para servir à santa Missa, esperava o padre fora da igreja, mesmo debaixo de neve.

Estava sempre alegre. Tinha assumido a vida com seriedade, tanto que – admitido com apenas sete anos à primeira Comunhão – traçou num caderninho o seu projeto de vida: "Vou me confessar muito freqüentemente e farei a comunhão sempre que o confessor me permitir. Quero santificar os dias festivos. Meus amigos serão Jesus e Maria. A morte, mas não o pecado".

Encontra-se com Dom Bosco, quando tinha 12 anos, e pede-lhe para ser admitido no Oratório de Turim, porque desejava ardentemente estudar para ser padre. Dom Bosco, admirado, lhe disse: "Parece-me que temos aqui um bom tecido". Domingos respondeu: "Eu serei o tecido; o senhor então, seja o alfaiate".

Acolhido no Oratório, pediu-lhe que o ajudasse a "ser santo". Afável, sempre sereno e alegre, coloca grande empenho nos deveres de estudante e no serviço aos colegas, de todas as formas, ensinando-lhes o Catecismo, assistindo aos doentes, pacificando as brigas... Aos colegas que chegavam ao Oratório ele dizia: "Saiba que aqui, nós fazemos consistir a santidade em estar muito alegres". Procuramos "somente evitar o pecado, como um grande inimigo que nos rouba a graça de Deus e a paz do coração e impede de realizar os nossos deveres com exatidão".

Fidelíssimo ao seu programa, apoiado por intensa participação nos sacramentos e por filial devoção a Maria, alegre no sacrifício, foi agraciado por Deus por dons e carismas. Em 8 de dezembro de1854, proclamado o dogma da Imaculada por Pio IX, Domingos consagrou-se a Maria e começou a avançar rapidamente na santidade. Em 1856 fundou entre os amigos do Oratório a "Companhia da Imaculada" para uma ação apostólica do grupo. Mamãe Margarida disse a Dom Bosco: "Tens muitos jovens bons, mas nenhum supera o belo coração e a bela alma de Domingos Sávio". E explicou-lhe: "Vejo-o sempre rezando, fica na igreja mesmo depois dos outros; sai todos os dias do recreio para fazer uma visita ao SSmo. Sacramento... Na igreja, está como um anjo que mora no Paraíso".

Morreu em Mondônio no dia 9 de março de 1857. Dom Bosco escreveu a sua biografia, e chorava sempre que a relia. Seus restos mortais são venerados na Basílica de Maria Auxiliadora. Sua festa é celebrada no dia 6 demaio. Pio XI definiu-o como "pequeno, ou melhor, grande gigante do espírito". É patrono das mamães grávidas, e por sua intercessão registram-se todos os anos um surpreende número de graças.


Casa onde Domingos Sávio nasceu, em San Giovanni di Riva (Chieri).


Ao lado da casa, há um centro de espiritualidade salesiana.



Detalhe da entrada do Centro de Espiritualidade São Domingos Sávio.


Um comentário:

  1. Nossaaaaaaa...pelo visto vem muito mais novidades por ai!!!
    Amei a postagem de hoje!
    Tenha uma santa quaresma...

    abraços

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