Evangelho (Marcos 10,35-45)
— O Senhor esteja convosco!
— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos pedir”. 36 Ele perguntou: “O que quereis que eu vos faça?”37 Eles responderam: “Deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda, quando estiveres na tua glória!”38 Jesus então lhes disse: “Vós não sabeis o que pedis. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber? Podeis ser batizados com o batismo com que vou ser batizado?”39 Eles responderam: “Podemos”. E ele lhes disse: “Vós bebereis o cálice que eu devo beber, e sereis batizados com o batismo com que eu devo ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. É para aqueles a quem foi reservado”. 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, indignaram-se com Tiago e João. 42 Jesus os chamou e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações as oprimem e os grandes as tiranizam. 43 Mas, entre vós, não deve ser assim; quem quiser ser grande, seja vosso servo; 44 e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
— Glória a vós, Senhor.
Para nossa reflexão, partiremos da figura do sumo-sacerdote, abordada na segunda leitura da Santa Missa (cf. Hb 4, 14-16) desse 29º Domingo do Tempo Comum. No judaísmo antigo, o sacerdote havia a importante função de mediador entre Deus e o seu povo, exercida de maneira especial nos sacrifícios oferecidos ao Senhor. Nessa função de mediação, ao Sumo-sacerdote, era reservado um lugar de honra ainda maior que se distinguia pela proximidade que ele possuía com o Eterno Deus.
De fato, apenas o Sumo-sacerdote entrava no lugar chamado de Santo dos Santos, onde permanecia a arca da Aliança, e de onde Deus falava com os homens. Somente uma vez ao ano, no chamado Dia do Grande Perdão (cf. Lv 16), é que o Sumo-sacerdote podia se aproximar desse lugar santíssimo da manifestação de Deus e, apresentando o sacrifício do sangue de animais, conseguir o perdão de Deus, tão necessário aos pecados do povo.
Na carta aos Hebreus, Jesus nos é apresentado como o Sumo-sacerdote da nova e eterna aliança. E por que? Porque, depois dele, não foi mais preciso oferecer sangue de animais em holocausto. Isso porque ele, oferecendo-se a si mesmo, derramou o próprio sangue para o perdão dos pecados do povo. Se o antigo Sumo-sacerdote somente se aproximava do lugar sagrado do Santo dos Santos, com a intenção de obter o perdão pela oferta do sangue de animais, Jesus, entra diretamente nos céus, nas moradas de Deus (cf. Hb 4, 14), uma vez que derrama seu sangue em oferta de amor. Pelo sacrifício da Cruz, Jesus manifesta sua mais profunda intimidade com aquele lugar (cf. Lc 15,38), podendo ele mesmo ser chamado de o Santo dos Santos!
Agora nos resta perguntar como nós podemos participar dessa intimidade com Deus. O pedido de Tiago e João traduz esse tipo de preocupação: gozar de intimidade com o Senhor. E a resposta, nós a encontramos já na primeira leitura (cf. Is 53, 10-11), mas sobretudo no evangelho, quando Jesus afirma que: " quem quiser ser grande, seja vosso servo; e quem quiser ser o primeiro, seja o escravo de todos. Porque o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate para muitos” (Mc 10, 43-44). Em outras palavras, significa procurar, sob todos os aspectos, associar a nossa vida ao santo Sacríficio do Senhor, conformar tudo quanto vivemos ao mistério de sua morte e ressurreição.
Participemos de coração da Santa Eucaristia!
Estamos diante do Trono da Graça! (cf. Hb 4,16)
E deixemos que a Graça nos ajude a traduzir em vida tudo quanto celebramos!
Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.
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