Ò Trindade eterna, tu és como um mar profundo que quanto mais procuro, mais encontro e quanto mais encontro, mais cresce a vontade de te procurar. Tu és infinito e minha alma, saciando-se em teu mistério, não se sacia porque permanece com fome de ti, sempre te deseja mais, querendo te ver com a luz que tu me dás, ó Trindade eterna.
Com minha inteligência, na tua luz, ó Trindade eterna, eu provei o teu mistério e a beleza da tua criatura. Por isso, me vendo em ti, vi que sou criada à tua imagem. De fato, tu és o Criador e eu a criatura. Eu compreendi que tu és apaixonado pela beleza da tua criatura.
E que mais poderia me dar além de ti mesmo? Tu és um fogo que arde sempre e não se consome. Tu és aquele que consome com teu calor todo tipo de amor próprio. Tu és o fogo que queima toda frieza e ilumina as mentes com a tua luz, com aquela luz com a qual me fez conhecer a tua verdade.
Espelhando-me nessa luz, eu te reconheço como bem supremo, bem sobre todo o bem, bem incompreensível, bem inestimável. Beleza sobre toda beleza! Sabedoria sobre toda sabedoria. Na verdade, tu és a própria sabedoria. Tu és o alimento dos anjos que, por amor, se deu aos homens.
Tu és a roupa que cobre a minha nudez. Tu és o alimento que sacia os famintos com a tua doçura. Tu és plenamente doce. Ó Trindade eterna!
Santa Catarina de Sena
(*1347 +1380)
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