5º dia: Santuário da Divina Misericórdia - Cracóvia
Esse, sem dúvida, foi um dos mais belos dias de todo o Retiro. Era sexta-feira. Dedicamos o dia inteiro à refletir e fazer experiência da Misericórdia do Senhor. Logo pela manhã, depois da oração e do café da manhã, tivemos uma pregação onde o pregador do Retiro nos falou como João Paulo II viveu, pessoalmente, a experiência da Misericórdia de Deus na própria vida e como tal experiência marcou o seu Pontificado.
Depois de um momento de silêncio e oração pessoal, tivemos a Celebração Penitencial e, logo após, todos nós, cerca de 50 padres, pudemos nos confessar. Como é bom poder fazer, agora como penitente, a experiência da misericórdia de Deus por nós. Em minha postagem sobre o dia de Páscoa, em Cassino (Itália), relatei como foi bom ser, como padre, sinal da Misericórdia de Deus às pessoas, mas muito melhor que isso, é ser objeto, alvo de tal Misericórdia.
Continuando nosso Retiro, à tarde, após o almoço, fomos visitar o Santuário da Divina Misericórdia: outra graça especial em minha vida! Sempre ouvi falar e observei a devoção a Jesus Misericordioso, mas nunca pensei que poderia estar no lugar onde tudo começou. Antes de contar minha experiência pessoal, é preciso dizer algo sobre a história do local e da devoção que ali nasceu.
Quem foi Madre Faustina Kowalska?
Helena Kowalska nasceu em 25 de Agosto de 1905 em Glogowice, na Polonia. De família muito pobre teve de trabalhar desde cedo para ajudar seus pais e, por isso, não conseguiu ingressar na vida religiosa, como o queria desde os 16 anos de idade. Após longo tempo de tentativa e de muito sofrimento em busca da realização de sua vocação, ingressa na Congregação da Mãe de Deus da Divina Misericórdia. Levou uma vida muito simples, mas muito piedosa. Agraciada com dons como o de locução interior e de visões, costumava ver e falar com o próprio Senhor por diversas vezes que, por sua vez, a revelava sempre sua face misericordiosa. A vida espiritual de madre Faustina Kowalska pode ser conhecida pelo Diário Espiritual que escreveu por ordem de seus superiores. Foi verdadeira apóstola da Misericórdia Divina durante toda sua vida. Por ordem do próprio Jesus que teria lhe falado ao coração e por sua indicação, o artista Edmundo Kazimierowski pintou a imagem "Jesus, eu confio em vós" que passou a ser venerada na capela da casa onde Madre Fastina morava. Morre aos 05 de outubro de 1938 e a devoção a Jesus Misericordioso se espalha rapidamente por todo o mundo.
A devoção, no entanto, a princípio, durante anos, sofreu uma proibição da Santa Sé. Mas depois, por especial ajuda de João Paulo II, foi resgatada. Quando da canonização de Santa Faustina, João Paulo II declarou o segundo domingo de Páscoa como o Domingo da Misericórdia Divina. Sobre esse especial influxo, a devoção passou a crescer, cada dia mais, nas mais diversas partes do mundo.
Minha experiência
Independente das coisas que relatei acima, minha experiência com a Misericórdia do Senhor sempre foi muito marcante em minha vida. Eis uma das feições do Senhor que mais me chamam a atenção: sua misericórdia.
Estar no Santuário da Divina Misericórdia para mim, foi um presente muito grande de Deus. Era uma sexta-feira e estavam todos num dos últimos dias da Novena da Divina Misericórdia, já que o próximo domingo seria o segundo domingo de Páscoa, portanto, o dedicado à Divina Misericórdia. Foi uma graça visitar aquele local e visitá-lo no final de semana da grande festa, graça maior ainda.
Mas os carinhos de Deus não param por aí... Para lhes contar outra graça, preciso retornar ao café da manhã desse dia. Geralmente, todas as missas que celebrávamos tinham o presidente e os dois principais concelebrantes, escolhidos previamente. Isso porque além desses três padres que ladeavam o altar, havia os outros quase cinquenta que concelebravam também. Por ser novo na comunidade, meu nome não estava escalado para nenhuma das missas que celebraríamos durante o Retiro; isso significa dizer que concelebraria junto aos outros padres, normalmente. No entanto, um dos padres que estavam escalados para acompanhar o presidente da celebração desse dia, não pôde de última hora comparecer ao Retiro e, o responsável pelas celebrações do retiro se sentou ao meu lado, à mesa do café da manhã. Naquele momento, ele me convidou a concelebrar a missa ao lado do presidente. Foi uma graça a Deus porque pude também nesse dia, proclamar o Evangelho!
Mas os carinhos de Deus ainda não tinham sido manifestos por completo. No ano da canonização de Santa Faustina, ao lado do convento das irmãs e da pequena capela da Divina Misericórdia, o Papa João Paulo II dedicou ("inaugurou") o belíssimo atual Santuário da Divina Misericórdia. Pois bem. Quando chegamos lá, ficamos sabendo que havia recebido liberação para presidirmos a missa no próprio Santuário. Resultado: concelebrei a missa no novo Santuário, no mesmo presbitério onde celebraram João Paulo II e Bento XVI em sua recente visita à Polônia. Bem, não preciso dizer mais nada... Em meu coração, só brotavam duas palavras: Muito obrigado! Abaixo seguem algumas fotos do local.
O Santuário da Divina Misericórdia (ele, na foto, é visto por trás, já que está voltado para uma imensa planície que não se pode ver pela foto).
A torre bem à entrada do Santuário. No detalhe (acima e abaixo), se vê a imagem de João Paulo que acolhe e abençoa os peregrinos que ali chegam sedentos da Misericórdia de Deus.
O interior do Santuário. É belíssimo! Todos os dias, às três da tarde (hora da misericórdia), os fiéis rezam o Terço da Misericórdia, todos de joelhos. Nesse momento, se pode vê, sobretudo, inúmeros jovens que, de joelhos, rezam fervorosamente. É um espetáculo a parte..., mas, na verdade, o mais belo que se pode contemplar nesse bonito lugar...
Cópia do Quadro de Jesus Misericordioso fixado no altar do Santuário.
Essa é a pequenina capela onde, segundo o Diário Espiritual de Santa Faustina, Jesus pediu que o quadro de sua Divina Misericórdia fosse colocado para veneração pública. Segundo ela, Jesus quis que a Divina Misericórdia fosse venerada pelas irmãs do convento, em primeiro lugar, mas depois pelo mundo inteiro!
Eis o famoso quadro original. Impressionante o silêncio que se pode sentir nesse local... Ali, rezei por todos que se recomendam às minhas orações ou foram a elas recomendados. Rezei, especialmente, por você que me acompanha por esse blog. Abaixo o quadro, pode se ver o local onde está posto o corpo de Santa Faustina.
Para finalizar essa postagem, quero lhe convidar a parar, por um momento, o que você está fazendo agora e colocar-se, por uns instantes sob a Misericórdia de Deus. Nesse poucos minutos de silêncio e encontro consigo e com o Senhor, sinta-se verdadeiramente amado (a) e acolhido(a) por Ele. Confie-se como é e como está agora... Confie seus pecados... Permita que Ele manifeste-se em sua vida como o "cheio de Misericórdia"! Procure, depois, ao longo do dia, repetir várias vezes a pequena frase que está inscrita no quadro: "Jesus, eu confio em vós".
Olá pe. Maurício - sou a Tania da ig.Sta. Terezinha - a misericórdia de Deus é tão grande que pude senti-la vivendo sua experiência e também nos um pouco do senhor através deste blog. Obrigado.
ResponderExcluirOI PADRE, EU LI O DIARIO DE SANTA FAUSTINA E DESDE ENTÃO ME COLOCO E COLOCO OS NECESSITADOS NAS ENTRANHAS DO CORAÇÃO MISERICORDIOSO DE JESUS. MAS FIQUEI ADMIRADA COM AS FOTOS QUE VI, MEU CORAÇÃO SE ENCHEU DE ALEGRIA. COMEÇAREI A PEDIR A DEUS A GRAÇA DE UM DIA PODER CONHECER ESSE SANTUÁRIO ALÉM DE LANCIANO QUE JÁ PEÇO!!!! ENTÃO ESSE É O QUADRO ORIGINAL? VI EM UMA OUTRA REPORTAGEM UMA IMAGEM DIFERENTE E PARECE QUE DIZIA SER A ORIGINAL. UM GRANDE ABRAÇO CARINHOSO.
ResponderExcluirÈ MUITO BOM CONTEMPLAR A IMAGEM DE JESUS MISERICORDIOSO, A AINDA MAIS SABDO QUE SUA MISERICORDIA É SEM FIM..
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