segunda-feira, 23 de junho de 2008

O pecado - Parte 5


Paz e alegria!

Que bom encontrá-lo novamente por aqui! Depois de um período de ausência minha por causa das provas de final de semestre, finalmente posso retomar as postagens da nossa reflexão sobre o pecado. Espero que você me perdoe o atraso...

Ainda quero dedicar mais duas postagens sobre o assunto que vimos discutindo. Na postagem passada, falamos sobre a distinção do pecado quanto a sua gravidade. Hoje, trataremos sobre as conseqüências dele em nossa vida. E por que escolhemos esse tema? Porque somente tendo a real visão e entendimento do alcance que o pecado possui é que nos decidiremos a travar com ele uma luta permanente!

A ruptura da comunhão com Deus

Creio que esta primeira conseqüência seja, de per si, motivo suficiente para nos decidirmos a iniciar uma batalha perene contra o pecado. Quanto mais crescemos na compreensão e na experiência da imensa misericórdia de Deus por nós, mas entendemos quão sério é tudo aquilo que rompe ou colabora com a ruptura de nossa comunhão com Ele. Não é verdade que ninguém quer ficar longe da pessoa amada? Pois então, quanto mais descobrimos a real necessidade que temos do amor de Deus, mais compreendemos ser necessário dizer 'não' a tudo o que nos afasta dele.

Quando pecamos, ainda que a comunhão com Deus não seja rompida diretamente (ler a parte 4 sobre a diferença entre o pecado mortal e venial), vimos que mesmo assim ela acaba sendo abalada de alguma forma. Aqui está a primeira decisão que devemos tomar: romper com o pecado!

Talvez você nunca tenha ouvido falar nisso ou, ao menos, dessa forma: é preciso se decidir em romper com o pecado! Precisamos nos decidir a dizer 'não' ao pecado, todos os dias de nossa vida. Todos aqueles que são considerados verdadeiros amigos de Deus (=santos) tomaram essa decisão em algum momento de sua existência. As tão conhecidas palavras de Domingos Sávio, por exemplo, "antes morrer que pecar" traduzem essa tomada de decisão. Em outras palavras, num dado momento de sua vida, Sávio se decidiu que lutaria contra o pecado tanto quanto lutava por viver! Conosco não é diferente, devemos tomar a mesma decisão!

Aqui, no entanto, é preciso lembrá-lo que nada na vida é automático, ou seja, não é porque você se decidiu a não mais pecar que, de fato, não sentirá mais a inclinação para o mal. Entenda: a decisão de romper com o pecado é apenas um passo fundamental para que você inicie a verdadeira batalha! Não romper com o pecado seria como se começássemos uma guerra sem querer vencer o adversário... Ora, se não queremos vencer o adversário, porque começamos a lutar?! Não tem lógica! Pode parecer radical, mas... é radical mesmo!

A ruptura da comunhão entre os filhos de Deus

Não sei se você já parou para pensar, mas falar que todos nós somos chamados à comunhão com Deus, significa admitir uma necessária comunhão entre nós, não é mesmo? Sim, é verdade! Entre nós existem laços de estreita comunhão que possuem seu fundamento na comunhão de todo o gênero humano com Deus. Na verdade, a comunhão entre os seres humanos é reflexo e conseqüência daquela estabelecida com Deus.

Quando o pecado prejudica ou rompe a união de uma pessoa com Deus, na verdade, não é apenas sua comunhão com Deus que é abalada, mas a comunhão de todo o gênero humano. Difícil de entender? Tomemos dois exemplos simples. Em primeiro lugar, imagine que você está sentado a beira de uma lagoa de águas cristalinas e muito tranquilas. Ao lançar uma pedra sobre qualquer ponto, você fará com que todo a lagoa sinta as conseqüências desse ato. Você até pode dizer que sua intenção não era perturbar a harmonia de toda a lagoa, mas bastou a pedra quebrar com a harmonia de parte dela que aquele efeito foi sendo propagado por toda sua extensão. Pois bem. É isso que o pecado faz com a Igreja...

Não fui feliz com o exemplo? (rs). Bem, temos um segundo exemplo muito melhor que esse. São Paulo compara o povo de Deus a um corpo humano, quando diz que "sendo muitos, nós somos um só corpo em Cristo" (Romanos 12, 5). Belíssima comparação! Veja que quando causamos algum tipo de mal a algum membro de nosso corpo, por mais pequenino que seja, todo o corpo sofre com isso... Que o digam os que sabem muito bem o que é a sensação de mal estar gerada a partir de uma unha encravada, de uma simples dor de cabeça ou de uma inflamação numa minúscula parte do corpo conhecida como apêndice! Minha nossa! A dor pode ser sentida em apenas uma das partes, mas o corpo inteiro é atingido de certa forma por ela! Pois bem! A Igreja, afirma o Apóstolo, é o corpo cuja cabeça é Cristo. Quando um de seus membros tenta romper a comunhão com a cabeça, todos os demais membros são atingidos direta ou indiretamente. Seríamos ingênuos se achássemos que cortando os pulsos, apenas eles sofreriam com tão grande ruptura! Creio que agora tenha ficado muito mais claro, não é mesmo?

Tudo isso para dizer que o pecado que cometemos pessoalmente, além de causar mal a nós mesmos, sempre atinge, direta ou indiretamente à Igreja Corpo de Cristo. Todo o pecado é uma falta de amor para com Deus e para com o próximo. Reflita bem e você verá: nenhum pecado que tenha cometido parou apenas em você, mas certamente atingiu alguém, direta ou indiretamente... Eis mais um motivo para rompermos com ele!

Bem, poderíamos falar de mais e mais conseqüências do pecado, mas creio que a partir dessas duas que abordamos hoje, seja possível levar a reflexão além. Recordo-lhe, no entanto, que não é apenas uma 'reflexão' que somos convidados a fazer... É preciso que a partir dela, retornemos àquela nossa conversa com o Senhor. Hoje, Ele nos convida a dizer: "Senhor, hoje eu me decido por Vós. Por isso eu vos digo: eu não quero mais pecar! Ajudai-me com a vossa graça!"

Deus te abençoe nessa decisão!

Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.

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