sábado, 5 de setembro de 2009

23º Domingo do Tempo Comum - Ano B - 2009

Evangelho (Mc 7,31-37)

— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 31 Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole. 32 Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão. 33 Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34 Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”35 Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. 36 Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam. 37 Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!



A proclamação desse trecho da vida do Senhor parece estar diretamente ligada ao que ouvimos na primeira leitura da Santa Missa (Is 35, 4-7a). Realmente, essa é a intenção do evangelista: apresentar Jesus como o Messias prometido a Israel. Enquanto, na profecia de Isaías, lemos que "se abrirão os olhos dos cegos e se descerrarão os ouvidos dos surdos..." (Is 35,5), acompanhamos a realização dessas palavras na pessoa de Jesus. De fato, ele é a "Palavra que se fez carne e veio habitar entre nós" (Jo 1,14).

Porém, não é apenas disso que o evangelista deseja nos convencer. Ao nos falar da ação do Messias em nosso meio, o evangelista deseja suscitar em nós uma autêntica resposta. Só saberemos responder adequadamente ao Senhor, quando compreendermos o que Ele quer de nós. E é exatamente isso que o trecho do Evangelho procura nos explicar.

Ao se encontrar com o surdo, Jesus colocou os dedos em seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele; por fim, olhando para o céu, suspirou e disse: "Efatá!", que quer dizer: "Abre-te!" (cf. Mc 7, 33-34)

A ação do Senhor em nós deseja nos libertar de tudo o que nos impede de ouvi-lo e de anunciá-lo. O "Efatá" é uma verdadeira libertação das amarras que nos impossibilitam de ouvir a Palavra e deixá-la frutificar em nós! Mas não só! Ao mesmo tempo em que nos liberta, Jesus nos envia a anunciá-lo. É com sua saliva que ele toca a língua do surdo; nesse gesto, Jesus comunica algo de si àquele homem. E é justamente por meio do que ele comunica (a Palavra), que o surdo passa a ouvir e [conseqüentemente] a falar...

Para concluir, vale a pena notar que antes de dizer "Éfata", o Senhor, ao olhar para o céu, suspira. Como não nos recordarmos do sopro de Deus (cf. Gn 2,7) que o Criador insufla nas narinas da criatura pela qual ela adquire a vida, imagem que a Tradição sempre atribui à pessoa do Espírito do Senhor? Pois bem. É pela ação do Espírito Santo que somos libertos de nossas amarras! É pelo mesmo Espírito que nos encontramos com a Palavra de Deus que veio nos visitar (cf. Jo 1,14)! Por fim, é por ação do Divino Sopro que somos enviados em missão!

Vem, Espírito Santo!
Inflama nosso coração! Envia-nos!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

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