terça-feira, 19 de outubro de 2010

Eu creio - Parte 1

Muitas vezes e de muitas partes, recebo pedidos para postar alguns comentários às expressões que aparecem na profissão de fé da Igreja. Geralmente, após rezarem o "creio em Deus Pai...", não são poucos aqueles que se perguntam a respeito do significado das palavras que dizem. Tentaremos nas próximas postagens explicar - de maneira sintética e clara - o significado básico daquilo em que afirmamos acreditar.

Antes porém, vale a pena fazer algumas observações que podem ajudar a quem deseja entender melhor a fé. Quando usamos essa palavra podemos nos referir, minimamente, a duas realidades distintas, mas que se complementam: a fé na qual eu creio e a fé com a qual eu creio.

A fé na qual eu creio nos leva a considerar o conteúdo daquilo em que cremos, ou seja, tudo quanto Deus, em seu desígnio de amor, quis revelar e que nos foi transmitido pela Igreja. É basicamente disso que trataremos nas postagens seguintes.

Mas, ao falar da iniciativa amorosa de Deus que se revela, é impossível não tratarmos da necessária resposta que somos chamados a dar a Ele. Daí nasce a fé com a qual eu creio. Nesse sentido, ela é antes de tudo uma graça infundida por Deus no coração dos fiéis que requer uma adesão pessoal e livre a tudo quanto o Senhor nos revelou. Com isso, já é possível perceber que ao lado do "eu creio", há sempre um "nós cremos"; isso porque apesar de uma adesão pessoal, nós sempre cremos com toda a Igreja e dentro dela.



Na próxima postagem, falaremos sobre a primeira parte de nossa profissão de fé: "Creio em Deus Pai todo-poderoso, criador do céu e da terra". Procuraremos analisar o significado dessa afirmação, sempre numa atitude orante que nos leva a repetir as palavras do Evangelho: "Senhor, eu creio, mas aumentai a minha fé" (cf. Mc 9, 24; Lc 17,5).

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Nossa Senhora da Conceição Aparecida

"O que a fé católica crê a respeito de Maria fundamenta-se no que ela crê a respeito de Cristo, mas o que a fé ensina sobre Maria, por sua vez, ilumina sua fé em Cristo" (Catecismo da Igreja Católica, nº 487)


Acolhei, ó Deus, as preces e oferendas apresentadas em honra de Maria, Mãe de Jesus Cristo, vosso Filho; concedei que elas vos sejam agradáveis e nos tragam a graça da vossa proteção. Por Cristo, Senhor nosso. Amém.

Deus te alcançou! - Conclusão

Se compreender que Deus não só quis se revelar a nós, mas que o fez tão somente por amor, é uma notícia que nos deixa realmente muito feliz, melhor ainda é saber que essa demonstração de amor, essa tão boa notícia alcança um momento ainda mais forte em Jesus, o Cristo.

Jesus, o Cristo, é o Filho de Deus feito homem, a única e excelsa Palavra do Pai, perfeita e insuperável. Ele é a manifestação perfeita de Deus, o ato de amor mais sublime por todo o ser humano. Basta reconhecer que nele, o divino se encontra com o humano de maneira absolutamente perfeita e bela!

Podemos concluir, portanto, essa série de postagens sobre o modo como Deus se revela a nós, afirmando que Jesus é a plenitude dessa Revelação, é tudo quanto podemos e precisamos conhecer do mistério de Deus. No entanto, o mistério que nos foi dado conhecer, ainda não foi explicitado por completo. E eis a tarefa da Igreja para todos os séculos: captar todo o alcance do mistério de Deus em Jesus Cristo e anunciá-lo aos homens de todos os tempos.


Além de um belo caminho a percorrer, é também uma tarefa desafiadora. É, sobretudo, uma missão, em cuja aventura não há como nos negar em apostarmos nossa vida inteira. Eu quero apostar a minha! E você?

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

domingo, 3 de outubro de 2010

Deus te alcançou! - Parte 2

Na verdade, desde o princípio Deus se deu a conhecer de uma maneira prodigiosa. Quando criou o mundo, Ele proporcionou aos homens um permanente testemunho de si. De fato, desde a mais longínqua estrela do universo até o mais profundo dos oceanos, tudo fala da existência de Deus! Mas não é só isso! Deus manifestou, de maneira toda especial, o mistério de sua pessoa aos nossos primeiros pais (cf. Gn 1,26), convidando-os a uma íntima comunhão com Ele, revestindo-os de uma graça incomparável!

E nem mesmo o pecado foi capaz de interromper essa Revelação de Deus. Apesar de termos perdido sua amizade, Ele não nos abandonou à sentença de morte que merecíamos, mas nos propôs muitas vezes alianças de amor com Ele.

Assim foi nos tempos de Noé (cf. Gn 9, 12-13): a aliança que Deus estabelece com ele e com toda sua descendência marca o início da ação divina para salvar a todos do pecado. Foi assim também com Abraão (cf. Gn 12,3): para unir a humanidade que havia se dispersado, Deus o chama para torná-lo pai desse novo povo. E quando esse povo foi escravizado pelos egípcios, Deus os liberta por meio de Moisés, estabelecendo com ele uma outra aliança no alto do Monte Sinai (cf. Ex 19,5).

Por meio dos profetas, Deus foi formando seu povo na esperança da salvação, na expectativa de uma nova aliança, não mais como as anteriores, mas de uma aliança que fosse eterna, diante da qual pecado algum pudesse romper. Essa aliança definitiva, Deus a estabeleceu quando enviou seu próprio Filho. É isso que lemos na carta aos hebreus: "Depois de ter falado muitas vezes e de muitos modos, por meio dos profetas, aos nossos pais, agora, nesses últimos dias, Deus nos falou por meio de seu Filho" (Hb 1,1-2).


Jesus é, portanto, a expressão máxima da aliança de amor entre Deus e os homens. Ele é a manifestação plena do mistério de Deus. O título dessas nossas postagens é "Deus te alcançou!". Pois bem. Podemos dizer com propriedade que Deus nos alcançou, de verdade, em Jesus! Deus nos encontrou em Jesus! Por isso é que no início do Evangelho de João, nós recordamos: "a Palavra de Deus se fez homem e veio habitar no meio de nós!" (Jo 1,14).

Já agradeceu a Deus por isso, hoje? Mãos à obra...

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Deus te alcançou! - Parte 1

Começamos essa pequena série de postagens com uma alegre notícia: Deus se deu a conhecer! Sim, isso mesmo! Por um misterioso desígnio de amor, embora habite em uma luz inacessível (cf. 1Tm 6,16), Deus revela o mistério de sua pessoa a todo o ser humano, doando-se a todos e a cada um.

E Deus assim o faz porque quer nos tornar capazes de conhecê-lo, amá-lo e de responder às suas iniciativas de amor, de um modo muito maior e mais perfeito do que seríamos capazes pelas nossas próprias forças.

E como Deus se revela aos seres humanos? Bem, na verdade, Ele se comunica de modo gradual, numa pedagogia que favoreça seu acolhimento por parte de todo o ser humano. Dessa forma, Deus se revelou por etapas ao longo de toda a história, cuja plenitude se encontra na revelação de Jesus Cristo, o Filho de Deus que se fez ser humano e veio habitar no meio de nós (cf. Jo 1,14).



De fato, "Deus quis, na sua bondade e sabedoria, se revelar a si mesmo e manifestar o mistério de sua vontade: os homens têm acesso ao Pai e se tornam participantes da natureza divina por meio de Cristo, Verbo Encarnado, no Espírito Santo" (Dei Verbum, 2)

A partir da próxima postagem, analisaremos as etapas desse processo amoroso que encontra, em Jesus, seu momento mais sublime.

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Deus está ao teu alcance! - Conclusão

Dissemos, anteriormente, que todo ser humano pode conhecer a Deus a partir de suas próprias capacidades. Na verdade, isso somente é possível justamente pelo fato de que o homem foi criado "à imagem e semelhança de Deus" (cf. Gn 1,27).

Porém, é verdade também que nas condições em que se encontra, o homem enfrenta muitas dificuldades para conhecer a Deus apenas pelo uso da própria razão. Por isso Deus, em seu desígnio de amor, vem em socorro dessa busca, revelando-se ao ser humano, levando-o a conhecer o mistério acerca dele mesmo.

Sim, é verdade! Deus se revelou a todos os seres humanos. Se quiser trilhar o caminho que o leva ao encontro com Deus, além de fazer o uso de sua razão, o homem deverá acolher a revelação de Deus na fé. Daí que podemos entender a beleza e o alcance das palavras com as quais o saudoso Papa João Paulo II iniciou um importante documento, publicado em 1998: "A fé e a razão são como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, pudesse chegar também à verdade plena sobre si mesmo." (Fides et Ratio, 4).

Nesse sentido, se é certo afirmar que "Deus está ao teu alcance", é ainda mais certo dizer que, na verdade, "Deus (já) te alcançou". Ou ainda melhor: Deus só está ao teu alcance porque, antes mesmo que você existisse, Ele já te havia alcançado!

Que tal agradecê-Lo por isso no dia de hoje?

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Deus está ao teu alcance! - Parte 2

Na última postagem, nos recordamos da imagem de um artista que deixa suas marcas na obra que cria, para explicarmos porque está presente no coração humano um profundo desejo de Deus. Vimos também que realizar tal desejo é a único caminho para sermos felizes de verdade.

Hoje queremos falar de outra boa notícia. É que existem algumas "vias de acesso" que facilitam a busca que realizamos de Deus nessa vida. E para saber quais são, o princípio é o mesmo daquele aplicado ao artista. Como saber se tal obra-prima é realmente daquele grande pintor? Pelos "vestígios" que ele deixou na obra que fez...

Onde podemos encontrar os "vestígios" de Deus? Em primeiro lugar, no mundo. Sim, o mundo, obra de suas mãos! Quem diante da beleza da natureza (a imensidão do mar, a paisagem do alto de uma montanha, o nascer ou pôr do sol, por exemplo), não concluiu ser impossível que um cenário tão pleno de ordem e harmonia possa ser apenas produto de um "big-bang" inicial, mas, no fundo, é reflexo de amor de Deus Criador? (cf. Rm 1, 19-20) Além disso, quem de nós não se maravilhou diante da beleza do mistério que se esconde em cada pessoa humana e que ciência alguma é capaz de conhecê-lo em sua totalidade?

Na verdade, tanto o mundo como o ser humano manifestam que não possuem seu princípio e seu fim em si mesmos, ou seja, a beleza e grandeza que revelam nos permitem admitir que não eles são produtos do acaso, mas devem sua origem à Alguém que lhes é superior, ao mesmo tempo em que encontraram seu sentido de ser no mesmo Alguém que lhes deu a origem.

Estamos chamando Deus de "Alguém", justamente para deixar claro que somos capazes, pela nossa própria capacidade em reconhecer seus vestígios, de reconhecer a existência de um Deus absolutamente pessoal. Deus não é uma energia ou uma espécie de força cósmica, mas é uma pessoa, um ser que ama e que manifesta seu amor em tudo aquilo que criou!

No dia de hoje, deixemos que o Amor nos contemple!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.



terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Deus está ao teu alcance! - Parte 1

É triste observar que Deus, no discurso de muita gente, não passa de uma vaga idéia, muito distante das situações do cotidiano de suas vidas. Belas são as palavras do salmista que reconhece exatamente o contrário: "Senhor, tu me sondas e me conheces (...) Para onde irei para estar longe do teu espírito? Para onde fugirei para ficar longe de tua face? Se eu subir aos ceús, ali estás; se eu descer ao abismo, lá te encontrarei." (Sl 139, 1.7-8)

Ao mesmo tempo que tem dificuldade de reconhecê-lo junto de si, o homem experimenta que não se basta, que necessita de algo que o transcenda para completá-lo. O problema é que não reconhecendo que só Deus pode completá-lo, acaba por buscar essa plenitude em outros lugares e endereços. Não foi isso que reconheceu Santo Agostinho em sua própria vida? De fato, olhando para suas próprias buscas, ele reconheceu: "Tu estavas dentro de mim e eu te buscava fora. Eu, deformado, buscava as belas formas de tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava contigo." (Confissões)

O desejo de Deus está inscrito no mais profundo do coração humano. Isso porque o ser humano foi criado por Ele e para Ele. Não é verdade que todo o artista deixa suas marcas na obra que nasce de suas mãos? Ao criar o ser humano, também Deus imprimiu em seu íntimo as marcas da vida divina. Por isso, quando busca a Deus, o homem encontra a verdade sobre si mesmo. E é justamente nessa verdade que o homem encontra a felicidade.

Que tal pensarmos nisso hoje?
Que tal enviar essa mensagem para alguém especial?

Deus abençoe teu dia!
Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.



Senhor, obrigado por nos ter criado à tua imagem e semelhança!
Muito obrigado por nos ter feito de modo maravilhoso!
Nós te louvamos por nos comunicar a sua vida divina
e por nos chamar a viver em comunhão contigo.
Louvores a Ti, Senhor!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Regressando...

Caros amigos,

Depois de um longo período de inatividade (dois meses é muito, não é mesmo?), retomo as postagens em nosso blog. Estava empenhado na apresentação de minha dissertação de Mestrado. Já a concluí, com sucesso, graças a Deus! Agradeço as inúmeras visitas recebidas nesse espaço de tempo, bem como a paciência daqueles que aguardavam a retomada das postagens.

O blog foi criado, inicialmente, para que meus amigos me acompanhassem ao longo dos dois anos em que estive fora do Brasil. No entanto, uma coisa foi a intenção inicial, outro, o real caminho pelo qual o Senhor orientou esse pequeno espaço: tornou-se um pequeno, mas valioso veículo de formação cristã.


Nos próximos dias, retornarei ao Brasil. Estarei, certamente, empenhado com tantas novas responsabilidades. Porém, procurarei seguir evangelizando por meio desse instrumento. Espero continuar contando com sua visita, caro amigo, bem como com sua preciosa colaboração em divulgar aquele que aqui anunciamos: o Senhor Jesus!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.