sábado, 16 de maio de 2009

6º Domingo da Páscoa - Ano B - 2009

Evangelho (João 15, 9-17)

- O Senhor esteja convosco!
- Ele está no meio de nós!
- Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
- Glória a Vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 9 "Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu vos disse isso para que minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13 Ninguém tem amor maior do que aquele que dá su vida pelos amigos. 14 Vós sois meus amigos se fizerdes o que vos mando. 15 Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu quem vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17 Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros".

- Palavra da Salvação!
- Glória a Vós, Senhor!


Nesse 6º Domingo da Páscoa, vale recordar o que dissemos na postagem anterior: "toda a liturgia do tempo pascal parece estar fundamentada sob dois alicerces: a experiência do Senhor ressuscitado e o testemunho que somos chamados a dar dele". Na semana passada, vimos que ao mesmo tempo em que o Senhor nos convidava a permanecer nele (cf. Jo 15, 4), também nos enviava em missão para dar frutos ao mundo (cf. Jo 15,8). Nesse domingo, continuamos a meditação desse importante capítulo do Evangelho de São João.

Quais são os frutos que somos chamados a dar?

A resposta a essa pergunta, a encontramos no trecho que lemos nesse domingo: "amai-vos uns aos outros" (Jo 15, 17). O fruto que somos chamados a dar ao mundo é o testemunho do amor que de Deus experimentamos.

Vamos falar primeiro da experiência que fazemos desse amor. O próprio Jesus nos explica a intensidade dessa relação: "já não vos chamo servos... Eu vos chamo amigos porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai." (Jo 15, 15) Essas palavras do Senhor são realmente maravilhosas! O servo obedece pelo simples fato de ser servo, sem nem menos perguntar o sentido das ordens que recebe. Já o amigo, não... O amigo obedece porque compreende o sentido do que lhe pede o outro amigo e porque se decide livremente por amá-lo! É assim que o Senhor descreve a relação que Ele estabelece com seus discípulos. Fomos escolhidos por amor (cf. Jo 15, 16) e chamados, na liberdade, a responder com amor. Em outras palavras, significa dizer que o modo mais justo de responder à imensidão do amor de Deus, é tornando toda a nossa vida uma resposta de amor! Por isso o amor é o único fruto que podemos dar se estivermos realmente ligados ao Deus que é amor (cf. 1 Jo 4, 16).

Agora sim podemos falar sobre o testemunho que devemos dar dessa experiência de amor com o Ressuscitado. Nesse ponto, a primeira coisa que a liturgia desse domingo nos fala é que o nosso testemunho se destina a todos, sem exceção; por isso lemos na primeira leitura (cf. At 10, 25-26;34-35;44-48) que o Espírito do Senhor desceu sobre os pagãos, indicando que o anúncio do evangelho deve chegar a todos os cantos da terra! Por isso também, o salmista nos convida a reconhecer que "O Senhor fez conhecer a salvação e revelou sua justiça às nações" (Sl 97).

Ainda nesse ponto, há uma outra coisa importante para dizer. Infelizmente, em nossos dias, o amor é muitas vezes reduzido a apenas um sentimento. Mas o amor é muito mais que um sentimento ou uma sensação de bem-estar! É uma decisão que nos leva para além daquilo que podemos sentir... O amor é "dar a vida pelos outros" (cf. Jo 15, 13). Dar a vida por alguém nem sempre é "agradável" ou "prazeroso", mas é justamente aí que se pode falar de verdadeiro amor.

Peçamos essa especial graça a Deus: de experimentar seu amor em nós e de testemunhá-lo, mesmo nas adversidades. Como irmãos que olham com coragem e reconhecimento para a cruz de seu Senhor, nós pedimos: Senhor, dá-nos a coragem suprema do amor!

Deus abençoe sua vida!

Com afeto salesiano,
P. Mauricio Miranda.

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