São João Bosco
(*1815 + 1888)
"O segredo de seu sucesso foi o de não decepcionar as mais profundas aspirações dos jovens e levá-los a experimentar concretamente que, somente na amizade com Cristo, se alcançam os objetivos mais autênticos dessa vida."
(João Paulo II)
"São João Bosco sabia que tinha recebido uma vocação especial e que era ajudado, praticamente guiado pela mão, na realização de sua missão, pelo Senhor e pelo materno auxílio da Virgem Maria. A sua resposta foi tal que a Igreja o propôs oficialmente como modelo de santidade a todos os fiéis.
A sua santidade o coloca, de modo original, entre os grandes fundadores de institutos religiosos na Igreja: foi iniciador de uma verdadeira escola de nova e atraente espiritualidade apostólica; foi promotor de uma especial devoção a Maria, Auxiliadora dos Cristãos e Mãe da Igreja; foi um testemunho de fidelidade corajosa à Igreja, manifestada na mediação de situações delicadas na ainda hoje difícil relação entre a Igreja e o Estado; foi apóstolo realista e prático, aberto às novas descobertas; foi organizador cuidadoso das missões com uma sensibilidade verdadeiramente católica; foi, de modo pleno, exemplo de amor aos jovens, especialmente os mais necessitados, para o bem da Igreja e o da sociedade; foi pai de uma genial e eficaz prática pedagógica, deixada como dom precioso para ser guardado e aprofundado.
A complementaridade entre "educação" e "santidade" é o traço mais característico da sua personalidade: ele foi um "educador santo"; se inspirou num "modelo santo" (São Francisco de Sales); foi discípulo de um "mestre espiritual santo" (São José Cafasso); e soube formar entre os seus jovens, um "aluno santo" (Domingos Sávio).
De São João Bosco, fundador de uma grande Família Espiritual, se pode dizer que uma característica muito peculiar de sua genialidade está ligada àquela prática educativa que ele mesmo chamou de "sistema preventivo". Esse sistema representa um resumo da sua sabedoria pedagógica e constitui uma mensagem profética que ele deixou aos seus filhos e a toda a Igreja, recebendo também o reconhecimento da parte de tantos educadores e estudiosos de pedagogia.
A essência de seu ensinamento permanece, a originalidade de seu espírito, as suas intenções, o seu estilo, o seu carisma também, justamente porque tudo foi inspirado na transcendente pedagogia de Deus.
Para a Igreja e no mundo, a visão educativa integral que vemos encarnada em Dom Bosco, é uma pedagogia concreta de santidade. Hoje, é preciso recuperar o verdadeiro conceito de santidade como parte integrante da vida de todo o cristão. A originalidade e a coragem da proposta de uma juventude santa é o objetivo da arte educativa desse grande santo que pode ser, de modo muito justo, chamado de "mestre de espiritualidade juvenil". O segredo de seu sucesso foi o de não decepcionar as mais profundas aspirações dos jovens (necessidade de viver e crescer, desejo de ser alegre, de ser livre e ser aberto ao futuro) e levá-los a experimentar concretamente que somente na vida de graça, ou seja, na amizade com Cristo, se alcançam os objetivos mais autênticos dessa vida."
(Palavras de João Paulo II nas comemorações do centenário da morte de São João Bosco [tradução livre]. Roma, 31 de janeiro de 1988).
Nenhum comentário:
Postar um comentário