sábado, 1 de agosto de 2009

18º Domingo do Tempo Comum - Ano B - 2009


Evangelho (Joaõ 6, 24-35)


— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 24 quando a multidão viu que Jesus não estava ali, nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus, em Cafarnaum. 25 Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?”26 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade, eu vos digo: estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27 Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28 Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?”29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”. 30 Eles perguntaram: “Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obra fazes? 31 Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”. 32 Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33 Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”. 34 Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35 Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

— Palavra da Salvação.
— Glória a Vós, Senhor!



Com o evangelho do domingo passado (Jo 6, 1-15), a Igreja abriu uma importante reflexão a respeito do mistério da pessoa do Senhor Jesus, que deve perpassar cinco domingos (exceto o 20º do Tempo Comum que, por cair no dia 16 de agosto, cederá lugar à Solenidade da Assunção de Nossa Senhora); trata-se do discurso sobre o pão da vida (cf. Jo 6).

Para compreendermos o trecho lido nesse 18º Domingo, precisamos partir dos últimos versículos do lido no domingo passado: "Vendo o sinal que Jesus tinha realizado, aqueles homens exclamavam: "Este é verdadeiramente o Profeta, aquele que deve vir ao mundo. Mas quando notou que estavam querendo levá-lo para proclamá-lo rei, Jesus retirou-se de novo, sozinho, para o monte." (Jo 6, 14-15).

O povo de Israel esperava a realização da promessa de Deus que lhes havia anunciado o envio de um profeta como Moisés (cf. Dt 18, 15.18); para eles, o Messias esperado era o novo Moisés em meio ao povo. Jesus procura retomar a esperança messiânica para se apresentar como o pleno cumprimento da promessa: ali estava alguém que não era apenas como Moisés, mas era muito maior que ele...! O tema é desenvolvido ao longo de todo o Evangelho de João. Eis alguns poucos exemplos, logo nos primeiros quatro capítulos:

1. Se Moisés era o profeta (Dt 18, 15.18) que, por excelência, falava em nome de Deus, Jesus era o próprio Deus que se fez carne e veio habitar ente nós (cf. Jo 1, 14);

2. Se a Lei foi dada por meio de Moisés (cf. Ex 31,18), a graça nos foi dada por meio de Jesus (cf. Jo 1, 17);

3. Se Moisés falava com Deus como um homem conversa com um amigo seu (cf. Ex 33,11), Jesus, o Filho Unigênito, está no seio do Pai e, por isso, o deu a conhecer (cf. Jo 1, 18).

4. E assim por diante, já que "como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem, a fim de que todo aquele que crer tenha nele a vida eterna." (Jo 3, 14).

É assim que chegamos ao paralelo estabelecido entre a primeira leitura e o Evangelho da Santa Missa desse 18º domingo (Ex 16, 2-4.12-15 e Jo 6,24-35). Diante da recordação do maná que saciou a multidão faminta no deserto, Jesus ensina que "não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá a vida ao mundo." (Jo 6, 32-33). [Para outro paralelo muito interessante, compare Ex 17, 1-7 e Jo 4, 7-10!]

Por fim, reconhecendo o verdadeiro Pão da vida, o povo que o havia procurado em busca do pão material que os tinha anteriormente (cf. Jo 6, 12. 24) suplica a Jesus: "Senhor, dá-nos sempre desse pão." E Jesus responde: "Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede" (Jo 6, 34-35).

Precisamos redescobrir isso a cada vez que nos aproximamos da Eucaristia!

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

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