sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O Inferno existe?

Se Deus é perdão, porque existe inferno?
Michelle, 25 anos

Cara Michelle,
Obrigado pela visita ao blog e pela pergunta!

De fato, sua pergunta é muito importante. Isso porque a falta de entendimento do assunto, infelizmente, leva muitos à negação da existência do inferno, realidade claramente afirmada pelos ensinamentos da Igreja.

Na Sagrada Escritura, encontramos muitas referências ao Inferno. Na verdade, ele vem indicado por várias palavras. Não é possível estudá-las todas aqui, mas para exemplificar, podemos falar da utilização de uma delas: Geena.

Geena era o nome de um antigo vale de Jerusalém (cf. Js 15,8), de onde se tem notícias de terem sido praticados holocaustos de crianças (cf. 2Cr 28,3; 33,6); profanado por Josias (cf. 2Rs 23,10), é provavel que tenha se transformado em lugar de lixo público, tornando-se na Bíblia, símbolo de impureza e maldição (cf. Jr 7,31; 19,6; 32,35). No entanto, o que nos interessa é o fato de que o Novo Testamento sempre utiliza a palavra Geena, não mais como um espaço geográfico, mas sim como um estado de maldição eterna (cf. Mt 5,22.29; 13,42.50; Mc 9,43-48; Ap 14,10).



A Igreja sempre ensinou que o Inferno está reservado aos que se recusam obstinadamente, por livre opção, até o fim de suas vidas a crer e converter-se. Ele é, enfim, como define o Catecismo da Igreja Católica, "um estado de auto-exclusão definitiva da comunhão com Deus e com os bem-aventurados" (CaIC 1033).

O mesmo Catecismo afirma que "Deus não predestina ninguém ao inferno; para isso é preciso uma aversão voluntária a Deus (um pecado mortal) e persistir nela até o fim" (CaIC 1037). Na verdade, todo o ensino da Igreja se baseia na misericórdia de Deus que quer "que ninguém se perca, mas que todos venham a converter-se" (2 Pd 3,9). Porém, as afirmações da Sagrada Escritura e os ensinamentos da Igreja acerca do Inferno são um chamado à responsabilidade com a qual o homem deve usar de sua liberdade em vista de seu destino eterno" (CaIC 1036).

Com afeto salesiano,
Pe. Mauricio Miranda.

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