sábado, 27 de setembro de 2008

Especial Apóstolo Paulo - Parte 7

Chegar e pregar em Atenas era, muito provavelmente, para Paulo, um dos maiores objetivos de sua viagem. De fato, como disse na postagem anterior, Atenas era ainda o grande modelo de toda a cultura helenística. Não é à toa que, ao chegar na cidade, Paulo se dirige de imediato tanto aos judeus como aos pagãos, atitude não somente nova, mas única em todo o seu ministério.

Nosso querido Apóstolo chega em Atenas, levado pelos irmãos de Beréia e aguarda a vinda de Silas e Timóteo que, embora tivessem permanecido naquela cidade, deveriam se encontrar com Paulo para iniciarem, juntos, a pregação em Atenas (cf. At 17,15).

Atenas

Creio que, dada a importância singular dessa cidade, tanto para o mundo antigo, quanto para o de hoje, e sua enorme influência em todo o pensamento ocidental, motivo pelo qual Atenas é amplamente estudada em nossos dias, essa famosa cidade dispensa qualquer comentário introdutório. Passemos, por isso, tão logo à chegada de Paulo.

Os Atos dos Apóstolos iniciam os dezoitos versículos destinados à presença do Apóstoloo entre os atenienses com as seguintes palavras: "Enquanto Paulo os esperava [a Silas e Timóteo] em Atenas, tinha a alma conturbada por ver esta cidade cheia de ídolos. Por isso, dirigia a palavra na sinagoga, aos judeus e aos adoradores de Deus e, a cada dia, na praça pública, a toda a gente" (At 17, 16-17).

A pregação de Paulo realmente atingia os corações dos ouvintes e não foi diferente com os atenienses. Mesmos os mais estudados, os chamados 'filósofos', queriam receber mais explicações daquele homem que acabava de chegar na cidade e já causava certo rumor entre aqueles que o ouviam (cf. At 17, 17-18). Por isso o levaram até o Areópago para o interrogarem. O Areópago ficava sobre uma colina à esquerda da Acrópole (espécie de 'centro' das cidades gregas), que ao mesmo tempo que servia como espaço para o descanso e convívio, provavelmente, no caso de Atenas, era o lugar das reuniões do grupo de magistrados da cidade. Diante do pedido de explicações e do desejo de aprofundamento da doutrina por parte dos magistrados, Paulo iniciou um discurso que encantaria pela inteligência e perspicácia de um pregador, se não fosse certamente movido pela ação do Espírito Santo que convence-nos de que o Senhor estava com ele e falava por meio dele.

O que leremos agora é Palavra de Deus. Convido você a ler o seguinte trecho em oração. Acredite: Deus falará com você por meio dela! Mesmo você que acessa, por acaso, esse blog de alguma parte, de casa ou mesmo de uma lan house ou internet cafe. Quero que você saiba que, na verdade, não é por acaso que Deus te fez 'navegar' por aqui. Ele o trouxe e o entretém nessas linhas mal escritas para que você chegasse até onde deveria chegar: nas palavras Dele! Convido você a ler com atenção o que realmente importa em todo esse blog: a Palavra de Deus!



"De pé no meio do Areópago, Paulo tomou a palavra: 'Atenienses, eu vos considero, sob todos os aspectos, homens quase religiosos demais. Quando percorro as vossas ruas, o meu olhar se dirige, muitas vezes, para vossos monumentos sagrados, e descobri, entre outros, um altar com esta inscrição: Ao deus desconhecido. Pois bem, aquele que venerais assim, sem o conhecer, é Ele que eu vos venho anunciar. O Deus que criou o universo e tudo o que nele se encontra, o Senhor do céu e da terra que não habita templos construídos pela mão dos homens e o seu serviço tampouco exige mãos humanas como se precisasse de alguma coisa, pois é Ele quem dá a todos a vida e a respiração e tudo o mais.

A partir de um só homem, Ele criou todos os povos para habitarem a face da terra. Ele determinou tempos fixos e traçou os limites do habitat dos homens: e tudo isso para que eles procurassem a Deus e o pudessem descobrir, mesmo que às apalpadelas. Ele, na realidade, não está longe de nenhum de nós. Pois é nele que vivemos, nos movemos e existimos, como, aliás, disseram alguns de vossos poetas: 'pois nós somos de sua raça'.

Então, visto que somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade se pareça com ouro, prata ou mármore, escultura da arte e da imaginação do homem. E eis que Deus, sem levar em conta esses tempos de ignorância, anuncia agora aos homens que todos, e em toda parte, têm de se converter. Com efeito, Ele fixou o dia em que deve julgar o mundo com justiça por meio de um Homem que Ele estabeleceu, dando a todos por garantia o fato de tê-lo ressuscitado dos mortos." (At 17, 22-31)






As ruínas do areópago visto de cima da acrópole grega. Ao fundo, parte da cidade de Atenas, hoje.

A entrada do areópago. A placa, à direita, traz, em grego, a passagem de Atos 17.

Tivemos a imensa graça de celebrar a Eucaristia no alto do areópago! Na foto, nosso grupo se preparava para o intenso momento de oração.

Naquele local, pedi a Deus à graça do dom da Palavra: anunciá-la com palavras e em atos de vida! No mundo de hoje existem milhares de "areópagos" que continuam perguntando a razão de nossa fé. Que Deus nos transforme em autênticos anunciadores cheios de seu Espírito, assim como o foi São Paulo.

A vista da cidade de Atenas de cima do areópago.

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