sexta-feira, 30 de maio de 2008

Misericórdia de Deus - Parte 3


Nos passos que demos, ontem, em direção à misericórdia de Deus, vimos que foi como Deus misericordioso que o Senhor se manifestou à Israel e era justamente assim que Israel o concebia: "O Senhor, o Senhor, Deus misericordioso e benevolente, lento para a cólera, cheio de fidelidade e lealdade" (Ex 34,6).

A manifestação da misericórdia de Deus alcança seu auge no envio de seu Filho Jesus, o Cristo. De fato, já o reconhecem os primeiros cristãos: "Eis como se manifestou o amor de Deus entre nós: Deus enviou seu Filho único ao mundo, para que vivêssemos por meio dele" (1 João 4,9).

Ainda bem antes de 1 João ser escrita, o Apóstolo Paulo já falava explicava aos habitantes de Éfeso, de que maneira se manifestou a misericórdia de Deus, em Jesus Cristo. Vale a pena analisarmos com mais cuidado esse belíssimo trecho:


"Mas Deus é rico em misericórdia; por causa do grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos por causa das nossas faltas, deu-nos a vida com Cristo.
É por graças vocês são salvos!"
(Efésios 2, 4-5).


O texto é claríssimo! São palavras que se explicam por si mesmas. Mas vamos percorrê-las passo a passo. O Apóstolo começa fazendo uma afirmação: "Deus é rico em misericórdia". E a partir de que ele afirma tal coisa? E a resposta é "por causa do grande amor com que nos amou". Mas se você se perguntar como foi que Ele, então, nos amou, encontrará a resposta no próprio texto: "deu-nos a vida com Cristo".

Quer continuar fazendo perguntas ao texto? Então vamos lá. Podemos, ainda, nos perguntar por que Ele quis nos comunicar vida. E a resposta estará bem a nossa frente: porque "estávamos mortos por causa das nossas faltas". Agora pense bem: Deus não nos comunicaria a vida se já a tivéssemos em nós... E aqui está o grande sinal da misericórdia de Deus, ou seja, de que o coração de Deus bate junto ao nosso e sabe exatamente como estamos! A verdade é uma só e Deus sabe disso: "estávamos mortos"! Sim, estávamos todos mortos, não havia mais vida alguma dentro de nós, nada que o pecado tivesse deixado sobreviver... É por misericórdia, por saber exatamente do que precisamos, que o Pai nos comunica a sua própria Vida, manifesta por meio de seu Filho (cf. Jo 14,6).

Jesus é, por isso, a máxima manifestação do amor de Deus. Em Jesus, o Pai ama a todos, sem nenhuma exceção. E por que? Bem, para responder a essa pergunta precisamos dar um passo mais avante.

Por que ninguém está fora do amor de Deus manifestado em Jesus? Porque a forma como o Pai escolheu para nos amar foi enviando seu Filho que, assumiu para si, a condição humana, à qual todos pertencemos, independente de raça, religião ou qualquer outra coisa que possa nos distinguir. Em palavras mais simples, implica dizer que porque Deus se fez ser humano, ele alcançou todos aqueles que foram criados "a imagem e semelhança de Deus" (cf. Gn. 1,26).

A misericórdia do Pai por todo o ser humano é manifestada de muitas maneiras na vida de Jesus de Nazaré. Amanhã, seremos convidados a analisar um delas. Por hoje, ficamos por aqui. Concluo essa postagem, no entanto, com um pequeno trecho bíblico que muito tem a ver com o que aqui tratamos. Deixo-lhes para a oração e reflexão pessoais.


Com afeto salesiano
P. Mauricio Miranda.


"Cristo, que é de condição divina, não considerou como tesouro a agarrar, o fato de ser igual a Deus. Mas despojou-se, tomando a condição de servo, tornando-se semelhante aos homens, e por seu aspecto, reconhecido como homem. Ele se rebaixou, tornando-se obediente até a morte, e morte numa cruz! Foi por isso que Deus o exaltou soberanamente e lhe conferiu o Nome que está acima de todo o nome. Para que diante do nome de Jesus se dobre todo o joelho, nos céus, na terra e nos infernos, e toda a língua proclame, para a glória de Deus Pai, que Jesus Cristo é o Senhor!" (Filipenses 2,6-11)




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